"vira a página, vira a página"
a filosofia no jardim de infância
a filosofia regressou às salas do balão mágico e da amizade, desta vez com uma história e com um sinal que nos vai acompanhar durante os próximos encontros.
"vira a página, vira a página"
o livro "Não abras este livro", de Andy Lee é uma delícia - para miúdos e graúdos. depois de terminarmos a nossa partilha sobre as coisas que gostamos e não gostamos, aproveitei para partilhar uma coisa de que gosto muito: livros e ler histórias. e foi assim que o provocador livro de Andy Lee apareceu na roda.
devo abrir o livro? SIM!
devo virar a página? SIM!
e porquê? não estamos nós a quebrar uma regra?
"nós, não. tu é que tens o livro", disse uma das crianças.
no próximo encontro vamos falar das regras e das (boas?) razões para não as cumprirmos.
"não há aqui nenhum rato"
na sala da amizade havia amigos novos na roda. depois das apresentações feitas, apresentei-lhes o sinal da investigação, o ?.
"hoje vamos fazer uma investigação", disse.
"uma "instigação"? mas porquê? não passou aqui nenhum rato", disse uma das crianças.
o que é que um rato tem a ver com investigação? depois de algum diálogo percebemos que para aquela criança investigar era descobrir de onde vinha um rato ou onde se tinha escondido. afinal, quando vemos um rato parece sempre que ele não era suposto andar li, é estranho e deixa-nos curiosos.
que bela oportunidade para falar de um exemplo de investigação que tenho cá em casa: o meu cão Félix. o Félix tem um faro incrível e nada lhe passa despercebido. foi por causa do Félix que percebi que talvez andasse um rato no quintal e tive de investigar a situação.
assim, na filosofia, vamos ser um bocadinho como o Félix: vamos "farejar" as perguntas e os pensamentos e procurar respostas. e só paramos quando encontrarmos o "rato".
já começámos: andámos a ver (ou melhor, a farejar) que razões há para gostar disto e não gostar daquilo. afinal, por que é que há pessoas que gostam de fazer desenhos e outras não gostam de fazer desenhos?
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pensar, escutar e falar (peter worley)
regresso sempre a Peter Worley e ao seu mais recente livro Corrupting Youth para lembrar que o triângulo pensar, escutar e falar constitui o movimento básico para que a filosofia e o diálogo filosófico possam acontecer.
oficina após oficina vou convidar as crianças da sala do balão mágico e da sala da amizade para pensar, escutar e falar - e para quebrar regras e virar páginas. UPS!