uma oficina de filosofia sobre felicidade
- oficina do Platão para crianças dos 7 aos 12 anos
a felicidade
pretendia trabalhar o tema da felicidade, inspirada pelo livro Enciclopédia dos Verbos Felizes, de Marco Taylor. este livro fez-me ir à estante buscar um outro que também aborda a felicidade e a simplicidade: Selma, de Jutta Bauer. pensei em ler um ou outro no início da oficina, mas dei por mim a fazer uma agenda de discussão com exemplos de coisas que nos deixam felizes.
a leitura do capítulo Hapiness, no livro de Marietta McCarty, Big Little Minds, reforçou a ideia do trabalho em torno da simplicidade e das coisas que nos deixam (ou não felizes). este livro de McCarty é uma boa fonte de ideias para oficinas de filosofia, encontrando-se organizado por temas. a autora faz várias referências a filósofos. no tema da felicidade as referências são Epicuro e Charlotte Joko Beck; desta forma a autora procura dar suporte filosófico ao tema e também apresenta sugestões de trabalho com crianças e jovens.
mais uma vez, o quantos queres
listei oito exemplos de coisas que nos deixam felizes (ou não) e escrevi esses exemplos no interior de um quantos queres. estava desenhada a oficina:
- apresentar o livro Enciclopédia dos Verbos Felizes como inspiração para pensarmos sobre a felicidade e para a criação do jogo;
- apresentar o jogo do quantos queres: uma pessoa diz um número para brincar com o quantos queres, outra pessoa escolhe cor, eu leio o que está lá dentro e depois temos um tempo para pensar se aquilo que li é uma coisa que nos deixa felizes ou não e porquê.
o que é uma enciclopédia?
assim que li o título do livro do Marco Taylor eis que surgiu a questão. o que é uma enciclopédia?
pois é... não é claro para todos o que é uma enciclopédia. é parecido com um dicionário? é diferente? o que se procura lá? que aspecto tem? e foi nesse contexto que um dos volumes da LOGOS apareceu nesta oficina.
uma vez esclarecido este ponto começámos a jogar ao quantos queres.
não ter telemóvel - é uma coisa que te deixa feliz?
"depende" - foi uma das respostas ouvidas. depende do quê, exactamente? esta resposta foi bastante útil para explorarmos um pouco o que é que o "depende" quer dizer, já que é uma resposta comum. será uma forma de fugir à resposta? será que significa indecisão? será que é uma forma de pedir contexto para poder definir um posicionamento?
toda a oficina girou em torno do "não ter telemóvel". além de termos falado do modo como "usamos" o depende no diálogo, abordámos a questão do tempo que dedicamos à tecnologia, das coisas que o telemóvel nos dá, das coisas que o telemóvel nos tira - e da felicidade que isso nos dá (ou não).
a lista de coisas
voltei à Enciclopédia dos Verbos Felizes para partilhar o livro com o grupo. abri página a página e partilhei as ilustrações do Marco. do outro lado houve sorrisos e também acenos com a cabeça, como que a dizer "não, não, isso não é algo que me deixa feliz". já não houve tempo para explorar concordo / não concordo nem as razões.
ficou a sugestão de cada um dos participantes fazer um quantos queres em casa para pensar sobre estas coisas (ou outras) .