"Tu tornas-te eternamente responsável por aquilo que cativas"
a frase é do A. Saint-Exupéry.
a estória que vos vou contar é minha e de um "rufia" com quem me cruzei numa sala de aula. foi-me sinalizado como um menino com mau comportamento, com o qual deveria ter especial atenção.
na segunda aula e após lhe pedir 3 x "dá-me a almofada se faz favor" tirei-lhe a almofada das mãos. e caminhei para a ir arrumar. furioso, ele agarra-se à minha perna e não larga. e eu? eu continuei a caminhar, com ele agarrado à minha perna e a dizer: "é na boa, vês como consigo andar na mesma?"
ignorei. não dei importância. não sei se os psicólogos ou pedagogos podem explicar isto.
o certo é que na semana seguinte tinha ali um aliado. ok, ele às vezes distrai-se com os amigos, mas tem dado contributos super importantes para o tema/pergunta que está na base do diálogo. e dá abraços. é verdade, pasmem-se: ele adora abraços. há dias, no meio de uma aula, veio ter comigo, abraçou-me e sentou-se ao meu colo.
disse-lhe ao ouvido "acho que gostas um bocadinho de mim. é verdade?". ele riu e apertou o seu abraço, ainda mais. "espera aí só mais um bocadinho", disse-me ele quando lhe pedi para me levantar para ir ajudar os outros amigos na sala. eu esperei.
será isto, também, o "poder do amor"?