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filosofia para/com crianças e jovens | mediação cultural e filosófica | #ClubeDePerguntas | #LivrosPerguntadores | perguntologia | filosofia, literatura e infância

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13 de Março, 2020

sugestões para crianças e adolescentes (e também para os pais)

- contexto: quarentena e #covid19 [#PaisEstamosJuntos]

joana rita sousa / filocriatividade

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A Tatiana Marques, mãe e educadora, escreveu este conjunto de sugestões para quem está em quarentena, devido à epidemia #covid19. Também será um guia útil para quem está em isolamento voluntário e pretende cumprir o dever cívico de recolhimento domicilário.

Conheci a Tatiana no twitter e foi na #uppa_animais que nos conhecemos in real life. O texto é da sua autoria e é aqui publicado por considerarmos que poderá ser útil para as famílias que estão em quarentena e/ou em isolamento voluntário. Quem se encontra nesta última situação poderá sempre sair e passear em locais arejados, como um parque, tendo os devidos cuidados de higiene durante e depois da saída à rua.

 

Advertência: Toda esta situação é anómala, desconhecida e nova para todos, ser muito flexível e adequar-se às várias alterações diárias e tentar manter a serenidade, principalmente com os mais novos.

 

  • Manter as rotinas habituais das crianças/adolescentes – Acordar à mesma hora, mesmo que não se tenha o despertador; fazer as refeições nos mesmos horários que faziam semanalmente, agora de forma mais descontraída; manter os mesmo hábitos de limpeza pessoal; deixá-los finalmente escolher a roupa que vão vestir (ninguém vai passar vergonha nenhuma, se quiserem vestir o vestido da Elsa ou o equipamento do Sporting em casa, estão à vontade).

 

  • Organizar em casa (quando possível) um espaço de trabalho, de brincadeira e de atividades várias;

 

  • Incluir as crianças/jovens nas tarefas domésticas diárias – fazer a cama, ajudar a pôr a mesa, colocar a loiça na máquina (quem tiver), ajudar na execução das refeições. 

 

As crianças gostam muito de estar envolvidas e de se sentirem responsabilizadas.

 

  • Utilizar as plataformas de escola online, ou mesmo utilizando recursos disponíveis (de forma gratuita, como por exemplo a Porto Editora e a Leya) de forma consistente. Estar sempre em contacto com o professor via email.

 

  • Temos tantas ferramentas online (quem as tem) positivas e úteis – Museus online, Google Maps, e outras que os miúdos conhecem melhor do que nós, mas sempre com moderação e supervisão.

 

  • Manter as refeições o mais saudável possível. Claro que podem, e devem, fazer umas bolachas, bolos ou outras comidas simples (com alternativas saudáveis). Este deve ser um momento agradável e descontraído em família.

 

Não esquecer de dar autonomia aos mais novos, eles adoram partir ovos e podem também trabalhar a matemática na quantidade necessária dos ingredientes. Ensinar os jovens a cozinhar poderá ser bem útil no seu futuro.

 

  • Limitar o tempo que utilizam as tecnologias – Conversando devem tentar chegar a uma duração que fique bem estipulada e o momento do dia. Se eles puderem ficarão todo o dia no telemóvel, computador, tablet e consolas. Não ser permissivo quanto a este assunto.

 

  • Deixá-los ter momentos de socialização, sem ser presencialmente claro, através de chamadas, WhatsApp, FaceTime, Skype. Eles vão sentir muita falta dos seus amigos.

 

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  • Ler – Iniciar ou continuar a incutir o gosto pela leitura. Terem momentos de leitura em família, onde podem introduzir alguns “clássicos” e também deixá-los escolher o que querem ler. Podem fazer leitura em voz alta, individualmente ou em conjunto, o que é mais apropriado para os mais pequeninos e para aqueles que estão ainda a aprender a ler; declamar poemas ou, para os mais aventureiros, podem mesmo dramatizar algumas histórias. Os mais novos adoram peças de teatro e teatro de fantoches, que podem fazer em papel ou em tecido, quem tiver. Pedir aos mais novos para fazer os registos das histórias num caderno diário, através dos seus desenhos e analisar as histórias com eles (o que achas que vai acontecer, que final darias a esta história, que personagem gostas mais, quando e onde se passa a história).

 

  • Deixá-los remodelar os seus quartos, com a devida cooperação dos pais. E aproveitar para fazer aquela seleção das roupas que deixaram de servir, que já não gostam mais, que querem partilhar com os irmãos ou primos. Estas limpezas de primavera (forçadas, mas úteis) vão-nos dar dias livres nas férias do verão.

 

  • Deixá-los fazer os TikToks. (Temos de nos render e adaptar à realidade dos dias de hoje, por muito que nos custe). Mas poderemos retirar um lado positivo disto e educar o gosto musical de toda a família. Calma, que não é impor Jeff Buckley aos miúdos, mas partilhar as músicas do “nosso tempo” e estar recetivo à Billie Eilish ou Post Malone ou mesmo ouvir o “Let it go” ou o “Baby Shark” em loop. Este poderá ser mesmo um momento de partilha bem divertido, em que toda a família ouve, dança, ensaia coreografias e guarda na memória.

Ainda vamos ter famílias completas no TikTok e a concorrerem ao novo concurso “Família que sabe dançar, yo!” (TVI, podemos falar depois).

 

  • o   Manter o contacto com o resto da família, principalmente com os avós que irão ficar (e bem) privados do convívio com os netos. Falar com aquela prima distante, que sempre que nos vê nos diz: “Ai, estás tão gorda!” nunca fez tanto sentido.

 

  • Inevitavelmente Netflix, HBO, Amazon Prime, desenhos animados, mas com moderação. No mesmo sentido utilizar o YouTube para mostrar aos miúdos programas, episódios de séries, vídeo clips (acho que não é assim que os jovens chamam, mas no meu tempo também não era assim, eram telediscos), eventos desportivos/jogos do “nosso tempo”. (Esta quarentena está-me a deixar saudosista. Ainda vou mostrar aos meus filhos os “Jogos sem fronteiras”, o Eusébio, o Maradona, o Ronaldo (Fenómeno) a jogar, pronto já estou a ir para áreas do meu interesse. Mas não deixem de rever a grande vitória da nossa Seleção como campeões europeus.

 

  • Exercício físico, indoor - Algumas casas têm jardins, o que facilita mais as coisas, mas também poderemos utilizar corredores, salas, caves, terraços e varandas, sempre com as crianças supervisionadas. Fazer corridas, gincanas, ensinar jogos tradicionais, jogos de equipa (pais contra filhos), campeonatos de pingue-pongue na mesa de jantar.

 

  • Jardinagem – para quem tem espaços exteriores, varandas, terraços.

 

  •  Escrever um diário em família ou individualmente desta situação de quarentena.

 

  • Manter as sestas para os mais pequeninos, ou mostrar os benefícios das mesmas para todos os membros familiares. Mas atenção, não deixar que sejam de grande duração, pois poderão alterar os horários de ir para a cama à noite.

 

  • Planear as férias de Verão – ter algo positivo a longo prazo pode dar-nos mais esperança e otimismo.

 

  • Fazer um curso de fotografia online e tirar fotografias da casa, do exterior pela janela, retratos da família e fazer challenges aos outros familiares.

 

  • Jogos de tabuleiro em família – Retirar do armário todos aqueles jogos que nunca temos tempo devido às nossas vidas atarefadas. Este momento deverá ser adaptado às diferentes idades das crianças/jovens e nada de mau perder. (Vou tentar!)

 

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Guia de salvação para os pais:

 

  • Ter momentos só para nós, quando possível;
  • Relaxar no banho, sem ser interrompidos;
  • Ler o jornal online no “trono”;
  • Beber um café/chá na varanda (se tiverem) como se estivessem numa bela esplanada enquanto os pequenos dormem a sesta (não se esqueçam de ligar o intercomunicador).
  • Ligar àquele amigo/amiga com quem já não falava há três anos;
  • Participar nas atividades letivas dos filhos como suporte;
  • Aproveitar os nossos filhos como se estivéssemos de férias, mas em casa.

 

Muito importante – manter a calma, principalmente à frente das crianças/jovens, responder a todas as questões (o desconhecido poderá criar mais ansiedade e confusão) e evitar estar constantemente a ver as notícias.

Mantenham-se isolados, lavem as mãos e sejam muuuuuuuito tolerantes!...

#PaisEstamosJuntos

 

( * ) a mãe da S., uma menina do JI onde faço oficinas de filosofia, partilhou este vídeo comigo para ajudar a explicar como é importante lavar as mãos: 

 

(**) uma explicação, com gatinhos, do que significa o esforço de isolamento voluntário e distanciamento social:

 

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