respostas que destroem perguntas?
- pensar em voz alta
Há dias vi uma publicação no Plano Nacional das Artes com uma citação de Susan Sontag:
Não sei qual é o contexto da afirmação. Fui pesquisar sobre Susan Sontag. A wikipédia devolve-me esta informação. Nunca li nada da autora e sei que comentar uma frase retirada do contexto tem os seus riscos. Deveria pedir a referência e ler o antes e depois desta frase. Saber quais as premissas que sustentam esta conclusão. Conhecer o seu argumento.
Tenho também a prática de iniciar diálogos a partir de situações ou de afirmações que nos provocam o pensamento, tal como esta.
Assumo o meu enviesamento: tenho um grande carinho por perguntas e entendo que estas têm uma força incrível. Renovam-se, reformulam-se, convidam a pensar, podem ser ressuscitadas, podem ser adoptadas.
Que relação têm as perguntas com as respostas?
Se uma resposta destrói a pergunta, o que pensar da pergunta? E da resposta? O diálogo termina?
Interessam-me as perguntas que são indestrutíveis no sentido em que não se deixam destruir pelas respostas, mas convidam a responder e a rever respostas.
As perguntas interessantes são actualizadas e pedem revisão de resposta a todo o momento.
(O que é a vida? Existir é julgar? O que devo fazer? A amizade é essencial?)
Respostas que destroem perguntas ou perguntas que destroem respostas? Nem uma coisa nem outra. Perguntas que pedem respostas e respostas que geram perguntas - julgo que esta formulação vai mais ao encontro daquilo que acontece num diálogo no qual as pessoas intervenientes têm a atitude do "everybody wins" (Bohm).