pensar
As pessoas, de forma muito natural, apresentam exigências conflituantes umas às outras e os costumes desenvolvem-se naturalmente de uma forma que por vezes faz com que esses conflitos azedem. Esses conflitos moldaram a forma como vivemos e pensamos. Têm profundas raízes no solo das nossas vidas e aí continuam a desenvolver os seus próprios padrões característicos, até que surge alguém que os repensa drasticamente. Essa é, na verdade, a razão pela qual as pessoas que se recusam a pensar por si próprias filosoficamente acabam com frequência enredadas em bocados de velhas filosofias que adotaram inconscientemente dos seus predecessores. Não existe um vácuo do pensamento para o qual estas pessoas possam escapar de toda a sua tradição. Temos de começar a partir do sítio onde nos encontramos.
Mary Midgley, Para que serve a filosofia?, p. 97