"inventar o que já existe? mas isso não tem sentido!"
inventar o que já existe foi uma oficina que me surgiu após a leitura do livro A Maior Flor do Mundo, de José Saramago. li e voltei a ler o livro várias vezes para poder criar as oficinas que pretendem celebrar o #centenarioSaramago.
talvez por estar constantemente a estudar processos criativos, surgiu-me esta frase: "inventar o que já existe". a partir dela criei um jogo para o diálogo, que passava por espreitar a Inventolândia ou Museu das Invenções (São Paulo, Brasil).
a verdade é que nem tive possibilidade de apresentar o jogo, pois assim que apresentei o nome da oficina houve alguma estranheza quando à afirmação: inventar o que já existe não faz sentido. se já existe, vamos inventar o quê?
o diálogo começou assim, com esta estranheza e com outras perguntas: já inventaste alguma coisa? e como foi essa invenção? foi uma coisa nova ou foram coisas que já existiam?
descobrimos que o P. inventou um trompete a partir de materiais recicláveis, que o G. inventa desenhos, que a A. inventou um jogo novo, mas com um nome que já era de outro jogo.
arriscámos um entendimento do que é a invenção:
uma invenção é um conjunto de materiais que juntos formam uma coisa diferente e que podem ajudar ou prejudicar a sociedade.
a partir daí fomos verificar se as nossas invenções cabiam neste entendimento. o primeiro problema: a L. inventou uma palavra nova, a partir de duas palavras que já existem. formou uma coisa diferente, é certo. mas as palavras não são materiais, já que materiais para nós são coisas que podemos tocar.
outras questões que surgiram: quando não temos a escova de dentes e lavamos os dentes com o dedo, estamos a inventar alguma coisa? inventar é uma coisa que vem do nada?
nesta oficina tentámos compreender o que era uma invenção e a partir desse entendimento verificámos se os nossos exemplos de invenção "cabiam" nesse entendimento - ou se precisamos de rever o nosso entendimento.
há dois tipos de invenções: aquelas que tiramos da nossa cabeça e surge do nada e aquelas que vimos num vídeo, por exemplo, e tentamos recriar.
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