e não é que o Platão "apareceu" na oficina do Platão?
a oficina do Platão reune de quinze em quinze dias. há filosófos residentes, que já fazem parte do grupo desde o início (em outubro do ano passado) e, de vez em quando, aparece alguém novo.
na última oficina sentei-me com a C., a L., e o G.
"hoje somos só três?"
"sim", respondeu alguém.
perguntei: "então e eu? tornei-me invisível?"
e eis que a pergunta surge e salta "para cima da mesa": o que farias se fosses invisível?"
Platão (o próprio) conta-nos a história de Giges, rei da Lídia. Giges ascendeu ao poder depois de ter assassinado o monarca anterior. é Platão que narra esta história do anel, no livro II d' A República, para trabalhar o tema da justiça. na oficina do Platão foi colocada esta hipótese: haver um anel que, quando usado de uma certa forma, nos tornaria invisíveis. e o que faríamos, nesta condição de invisibilidade?
entre fazer partidas e assustar pessoas, surgiu a possibilidade de roubar sem ser visto. roubar é sempre mau, mas quando podemos ser vistos e apanhados é pior, pois vamos presos e vamos ter más condições de vida.
foi uma oficina divertida pois surgiram ideias engraçadas sobre a invisibilidade. a I. (que se juntou a nós a meio do diálogo) acabou por partilhar que a maioria das coisas que fazemos quando somos invisíveis não teriam muita graça, pois ninguém nos ia ver.
vamos voltar a esta questão, das coisas que podemos fazer quando somos invisíveis - e daquelas que devemos ou não fazer.