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11 de Outubro, 2023

diálogos filosóficos: a importância da confiança

joana rita sousa / filocriatividade

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“The most interesting aspect of jiu-jitsu is… of course the techniques are great…but the sensibility of the opponent, sense of touch, the weight, the momentum, the transition from one movement to another. That’s the amazing thing about it. You must allow yourself to go as on auto pilot. You don’t know exactly where you’re going until the movement happened because you can not anticipate what is going to happen. You must allow yourself to be in a zero point; a neutral point. Be relaxed and connected with the variations. Flow with the go.” Rickson Gracie – “Choke”

 

O meu amigo Vitor Lima partilhou um vídeo com este documentário, Choke, no qual podemos ouvir esta intervenção de Rickson Gracie sobre jiu-jitsu. 

Ao ouvir o podcast Coisa que não edifica nem destrói sobre timing no humor lembrei-me desse vídeo e dessa partilha do Vitor. 

Num diálogo filosófico há um grande desafio para quem está a facilitar: fazer a pergunta certa no momento certo. Quem diz a pergunta, diz a partilha de uma ideia, por exemplo.Outro desafio: não ter pressa para preencher silêncios. 

Num combate, a entrega ao adversário exige não saber o que vai acontecer, não saber que movimento fará a outra pessoa. No diálogo filosófico tenho de estar disponível para essa incerteza e confiar em mim e no grupo para desenrolarmos o diálogo. (Nota: não vejo o diálogo filosófico como um combate, nem as pessoas participantes como adversárias). 

No humor o timing é crucial para que o público produza o som da gargalhada. No podcaste referido, Ricardo Araújo Pereira, Miguel Góis e José Diogo Quintela reflectem sobre o que é o timing e sobre as suas variáveis. A dado momento Miguel Góis refere elementos que são comuns ao diálogo filosófico: a gestão do silêncio, a ausência de ansiedade, a entrega e a confiança em si (nas técnicas que dispõe e nos treinos realizados, tal como no jiu-jitsu) e a ideia de que quem lidera é o público (entenda-se, quem lidera são as pessoas que participam no diálogo). 

Confiar no grupo com o qual estamos a trabalhar é fundamental para que um diálogo seja "bem sucedido". A auto-confiança da pessoa facilitadora também me parece fundamental e daí que insista tanto no treino e na preparação que dará lugar ao improviso. 

Talvez venha a desenvolver este tema no futuro, mas por agora partilho estas notas e convido-o/a a pensar sobre a forma como gere os silêncios e a confiança no âmbito do diálogo filosófico.

 

[mais uma ideia para pensar]

A partir do minuto 37 o professor António de Castro Caeiro enfatiza a ideia do jazz e do improviso com aquilo que surge no momento, falando de "dar aulas" como uma performance. 

 

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sugestões de leitura:

a facilitadora silenciosa (jana mohr lone)

jazzing philosophy (marina santi)

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