conhecimento - parte I
como é do conhecimento de todos vós, sou fã do trabalho do Tomás Magalhães Carneiro. sigo o seu trabalho no blog e há dias vi um exercício que me pareceu interessante e adequado para trabalhar com um dos grupos com os quais estou a trabalhar numa das escolas.
o exercício é sobre "o que é conhecer uma coisa" - podem espreitar AQUI
e lá fui eu comprar um puzzle de 7 peças para o efeito e preparei as perguntas que o Tomás refere no exercício, em folhas coloridas, para ter "na mochila", como costumo dizer. entretanto, encontrei um puzzle em branco, daqueles onde podemos desenhar (à venda na TIGER) e achei que era ainda melhor para o exercício (em vez de um puzzle com desenhos, por exemplo).
o puzzle foi colocado no quadro, as várias peças foram "coladas" no quadro com bostik. e surgiu a pergunta.
"como podemos saber se estão aqui as peças todas?" - a M. sugeriu que se contassem as peças para ver se faltava alguma. vários alunos sugeriram que montássemos o puzzle. e assim foi.
o R atrapalhou-se um pouco na montagem. o puzzle é todo branco e torna-se difícil de montar - foi neste momento que pensei que talvez não tivesse feito a melhor opção em termos de puzzle. o grupo não ficou muito preocupado com isso, pois estavam todos muito intrigados com a caixa.
a C. queria ir ver a caixa que estava em cima da mesa, de onde eu tinha retirado o puzzle - acontece que essa caixa não era daquele puzzle, era daquele que eu inicialmente tinha comprado. havia muitos braços no ar para responder. às tantas o JP disse que "a maioria de nós já sabe que aí está uma peça, pois quando tu abanaste fez barulho". pediram-me que abanasse a caixa, mais algumas vezes. queriam apurar se seria uma ou mais peças. aliás, levantou-se a questão de ser outra coisa, de vidro por exemplo.
lancei a segunda pergunta: "Podemos saber o que está dentro da caixa sem abrir a caixa?”. o grupo dividiu-se entre SIM e NÃO. o JP reformulou a sua ideia: afinal, não tem a certeza do que lá está dentro. podem não ser peças: "percebemos que há alguma coisa lá dentro, mas não sabemos O QUE É"
e depois?
depois tivemos que parar para dar os parabéns à F., espreguiçar e arrumar os cadernos da filosofia.
o tempo útil da aula foi curto, tendo em conta a "invasão" de umas "coisas aquáticas" no início da aula. passo a explicar: a criançada compra umas bolinhas pequeninas, feitas de não-sei-bem-o-quê nas lojas chinesas. ao colocar essas bolinhas em água, crescem. ficam do tamanho de berlindes, por exemplo. hoje toda a minha gente tinha essas "coisas aquáticas" (foi assim que lhes chamei) nas garrafas e inclusivamente num saco de plástico. depois da azáfama de guardar esses "bichos da água" num local seguro, depois de conversarmos sobre a troca ou não de lugares, só aí é que começámos o nosso trabalho do pensar.
para a semana continuamos a nossa investigação.
obrigada, Tomás!
(nota: turma do 4º ano, 1º ciclo)