Stranger Things & Philosophy
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hoje em dia é possível encontrar ideias e recursos em vários sítios da internet. para que possa pesquisar com algumas referências, reuni alguns dos meus websites preferidos para partilhar consigo.
- recursos online e sugestões de actividades validadas pela equipa SAPERE.
- Jason Buckley e Tom Bigglestone apresentam várias actividades para crianças, em diferentes faixas etárias.
- a equipa Dialogue Works é constituída por Roger Sutcliffe, Bob House e Nick Chandley. vale a pena conhecer (e praticar) as hometalks.
- no seu blog, o Tomás apresenta várias possibilidades de trabalho em ambiente de diálogo filosófico.
- Peter e Emma Worley partilham alguns recursos bastante úteis para quem pretende praticar a filosofia para crianças e jovens.
- o website do Centro de Filosofia para Crianças é muito rico em materiais e ideias para a prática da filosofia para crianças. a pensar nos pais, foi disponibilizado este documento para ajudar a responder à pergunta: How can parents and grandparents inspire philosophical conversations with your children and grandchildren?
- este é um dos websites mais acarinhados aqui no blog: a filosofia visual para crianças e jovens surpreende-nos a cada momento. vale MUITO a pena visitar este trabalho.
- o website da Jane tem um conjunto de recursos que a Jane vai actualizando ao longo do tempo. sugiro que coloque este link nos favoritos.
- neste website é possível encontrar sugestões de livros acompanhados de orientações para oficinas de filosofia a partir desses mesmos livros.
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caso se sinta algo perdida/o com os recursos e precise de alguma orientação para compreender como se faz acontecer uma oficina ou sessão de filosofia para/com crianças, contacte-me para agendar uma mentoria.
também poderá consultar a agenda e participar numa das próximas formações que vou ministrar.
👀 espreita os dois primeiros minutos deste vídeo para ter uma ideia do que se trata o "Caminhar Descalço"
👉 em diálogo com a tua família ou os teus amigos, procura responder a estas perguntas. anota outras perguntas que surjam:
Qual a razão para as pessoas gostarem de caminhar descalças?
Caminhar descalço – boa ou má ideia? Porquê?
Há alguma diferença entre andar e caminhar?
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estas e outras sugestões para dialogar em casa ou na escola estão disponíveis via Home Talks - Diálogos em Casa - iniciativa Dialogue Works
nesta altura do ano recebo algumas mensagens de famílias ou de estudantes que têm o exame de filosofia à porta e que procuram apoio ao estudo. tenho acompanhado estudantes cujo problema de estudo não diz respeito à disciplina em si, mas ao facto de terem dificuldades em organizar ou planear o seu estudo.
há muitas técnicas e ferramentas que nos podem ajudar e por vezes é preciso tempo para as conhecer, experimentar e escolher aquela que funciona connosco. uma vez que os exames estão mesmo à porta, escolhi aquilo que melhor funciona comigo na esperança de que possa ser útil a alguém.
no artigo três sugestões para estudar melhor falo da técnica pomodoro que pode ser muito útil para gerir os tempos de estudo e ajudar o nosso cérebro no balanço entre o modo difuso e o modo focado. no trabalho ou no estudo, a pausa é essencial para conseguirmos ter produtividade nas tarefas.
sou fã dos mapas mentais e do Tony Buzan e não abdico desta forma de tirar apontamentos. preparei as defesas das minhas duas dissertações de mestrado com mapas mentais. organizo leituras com mapas mentais. é revolucionária a forma como os mapas mentais nos fazem pensar num assunto. exige alguma prática e tempo para apanhar o jeito, mas depois é algo que fica para a vida.
confesso: adoro a palavra sebenta. para mim uma sebenta é o conjunto de apontamentos de uma disciplina. pode conter texto corrido, imagens, gráficos e mapas mentais. podem ser feitas num simples documento word, mas hoje em dia há evernote ou notion que podem perfeitamente ajudar a agregar a matéria.
deverá haver um índice orientador para que facilmente possamos encontrar os conteúdos de que precisamos. quando se tem colegas na turma que têm óptimos apontamentos, nada como pedir-lhes as suas notas para incluir na nossa sebenta. aliás, podem construir a sebenta em conjunto, usando ferramentas colaborativas (como a google drive).
esta é uma nota muito pessoal: adoro estudar sozinha. organizar o meu tempo e as minhas papeladas. e também gosto de momentos de diálogo e de troca sobre elementos da matéria. a minha sugestão passa por ter momentos de encontro com quem está a estudar para conversar sobre a matéria, fazer perguntas, trabalhar pormenores e/ou a visão do todo. o diálogo é uma excelente ferramenta de estudo.
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o planeamento é fundamental na hora da preparação para os exames. é um engano pensar que basta estudar muito e nas vésperas, pois a qualidade do estudo é duvidosa e a pressão pode mesmo atrapalhar o processo.
a ideia de ir estudando atempadamente, dividindo a matéria em pequenos blocos, parece-nos mais morosa e menos atraente numa altura em que queremos tudo rápido e já e no momento. porém, é uma excelente estratégia de estudo. quanto mais cedo começamos a fazer este planeamento, melhor.
👉 outras sugestões disponíveis neste artigo P3.
votos de bom estudo!
em 2021 tive a oportunidade de colaborar com o Teatro Bravo numa das suas fases de criação da peça que vai estrear em breve, Magdalena.
sou fã de teatro e também dos cruzamentos entre a filosofia e as artes. não foi a primeira vez que participei como consultora na construção de uma peça artística e espero que haja outras oportunidades no futuro.
fica o convite para assistir à estreia da Magdalena e do Teatro Bravo. mais informações AQUI.
📌 a filocriatividade tem a agenda 2022/2023 aberta para oficinas de filosofia nos diferentes níveis de ensino, da creche ao ensino secundário.
estou disponível para viajar até à biblioteca escolar ou municipal, centros de estudo, associações culturais e outros espaços que possam acolher as oficinas #filocri.
para saber mais contacte-me através deste formulário.
hoje tinha duas mensagens no twitter de jovens que pretendiam indicações para redigir um ensaio filosófico. são alunos do 11.º ano e têm temas e perguntas a partir dos quais são convidados a ensaiar pensamento.
a minha recomendação foi idêntica para ambos: uma vez tendo a pergunta bem definida, é necessário analisar a pergunta, os conceitos que nela habitam, circunscrevendo o seu âmbito. esse processo pode incluir alguma pesquisa sobre a temática que poderá conduzir-nos a ideias de pessoas filósofas.
no livro The Basics of Essay Writing, Nigel Warburton salienta a importância da pesquisa e do planeamento, ainda antes do momento da escrita. durante esse processo é bom cultivar uma certa suspensão do juízo (epoché) e estar atenta/o aos enviesamentos de pensamento (é natural ter uma tendência para concordar com um lado da questão e por isso pensar de forma mais superficial o outro lado da questão.
um exemplo: imaginando que o ensaio versa sobre a pergunta: "a resposta científica e a resposta religiosa são opostas ou complementares?, convém dizer o que caracteriza uma resposta científica e uma resposta religiosa. poderá ser pertinente ver se essas respostas respondem às mesmas perguntas - ou não.
há ainda que manifestar o nosso posicionamento face à pergunta do ensaio: partindo do exemplo, há oposição ou complementaridade? e justificar.
julgo que é importante sublinhar que nem todas as respostas que damos à pergunta do ensaio filosófico irão assumir um dos lados a 100%: ou seja, eu posso concordar em parte com a oposição e em parte com a complementaridade. para tal, tenho de elaborar bem o meu ponto de vista, esclarecendo onde encontro relevância ou suficiência nas posições.
também é importante lembrar que aquilo que é um argumento tem de estar bem claro na nossa cabeça; o dicionário Crítica na Rede pode dar uma ajuda.
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📌 o David Erlich partilhou comigo que aprecia bastante a sugestão sobre ensaio filosófico presente no manual Como pensar isto tudo?, 10.º ano - versão do professor e que elenca os seguintes passos:
- formulação explícita do problema;
- explicitação da importância do problema;
- esclarecimento de conceitos;
- caracterização das principais teses em confronto;
- formulação explícita da tese defendida;
- argumentação a favor da tese defendida;
- argumentação contra as teses opostas;
- conclusão: breve resumo das ideias e argumentos apresentados.
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alguns recursos que podem ser úteis:
- o professor Vitor Lima disponibiliza um vídeo intitulado Argumentação sem stresse;
- o canal Isto Não É Filosofia tem várias aulas sobre temas distintos - alguns deles podem ser úteis para pensar a pergunta do ensaio filosófico;
- também no youtube: espreitar os canais do Rolando Almeida e A Tua Filosofia, do David Erlich.
- o #EstudoEmCasa disponibiliza um vídeo onde se responde à pergunta "como escrever um ensaio filosófico?".
boa pesquisa, boa leitura e boa escrita!
se este artigo foi útil considere pagar-me um café
ou participar numa das oficinas de filosofia philoTEEN
e/ou do #ClubeDePerguntas.
participação da Amélia Fernandes, 9 anos, Lisboa, Portugal
Obrigado Uma história de Vizinhos, de Rocio Bonilla
(Jacarandá Editora)
A questão é que a senhora Pituca dormia durante o dia, como é hábito de todas as corujas,e passava a noite em frente ao computador a navegar na internet, a ler as notícias e a jogar às cartas, sem parar.
O livro fez-me pensar que se os vizinhos fossem todos amigos seriam mais felizes.
Porque é que, em alguns sítios, os vizinhos não se conhecem?
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#LERePENSARcom é uma rubrica #filocri que pretende divulgar leituras, leitores, reflexões e perguntas. pretende-se também ampliar o entendimento de leitura: podemos ler e pensar com livros (literatura, filosofia, ciência, álbuns ilustrados...), com documentários, com imagens ou com jogos e até com séries. procura-se aquilo que nos faz pensar, pratica-se o voltar a pensar e termina-se (se bem que o fim é um começo) com uma pergunta.
a(s) criança(s) aí de casa gostariam de participar? basta visitar aqui e seguir os passos. obrigada!
Como contrariar o impacto da desinformação na Democracia? Sermos nós a pensar pela nossa cabeça, a pensarmos em conjunto e de forma organizada. Essa é a melhor arma contra os factos alternativos e a pós-verdade. (Augusto Santos Silva)
o Pedro Figueiredo alertou-me para esta sessão com o seguinte tweet:
o discurso completo pode ser ouvido aqui. logo no início Augusto Santos Silva, Presidente da Assembleia da República elogia o lado prático da filosofia, fazendo referência a Kant, Descartes e Sócrates (entre outros). Santos Silva sublinhou ainda a importância do diálogo e do pensamento colaborativo no exercício da cidadania.
gostaria de um dia conversar com Augusto Santos Silva para partilhar o que tem vindo a ser feito em Portugal no âmbito da filosofia aplicada: cafés filosóficos, filosofia no jardim de infância, 1.º, 2.º e 3.º ciclos. pelo seu discurso de hoje talvez até já conheça bem o que se faz - eu é que assumo sempre que a filosofia aplicada é algo novo para a grande maioria das coisas.
Não se aprende filosofia, mas a filosofar, já disse Kant. A filosofia não é um conjunto de ideias e de sistemas que possamos aprender automaticamente, não é um passeio turístico pelas paisagens intelectuais, mas uma decisão ou deliberação orientada por um valor: a verdade. É o desejo do verdadeiro que move a filosofia e suscita filosofias. (Marilena Chaui, Convite à Filosofia, p. 112)
durante o ano lectivo 2021/2022 tive oportunidade de passar por algumas escolas e trabalhar a questão da desinformação com alunos do ensino secundário, através do diálogo filosófico.
Celebra-se amanhã o Dia Mundial da Criança e a data tem particular significado para a filocriatividade: afinal, este projecto move-se com e pelas crianças.
O movimento iniciado por M. Lipman e Ann Sharp entre 1960 e 1970 provocou um olhar diferente face à criança. A filosofia para/com crianças parte da ideia de que a criança é capaz de pensar, que tem algo a dizer sobre o mundo, seja em forma de pergunta ou em forma de resposta.
São inúmeros os projectos, as associações, as escolas, as instituições que acolhem a filosofia para/com crianças, um pouco por todo o mundo. Em 2016 conversei com algumas pessoas de vários pontos do globo para saber como pensam e como trabalham a filosofia para crianças. Faço parte de um grupo de diálogos filosóficos internacional que acolhe pessoas de 16 países.
Inspirada pelas experiências internacionais, criei duas iniciativas que pretendem apoiar as pessoas que estão a trabalhar na área, em Portugal: Diálogos Filosóficos e Grupo de Estudos e Leitura #filocri. Faço-o, pois considero que é fundamental que num mundo onde a adultês impera, a criança nem sempre tem uma palavra, nem sempre é ouvida.
As pessoas adultas decidem muitas coisas pelas crianças – e com boas razões, entenda-se – mas nem sempre as escutam nesse processo de decisão. De tal forma que o CNE lançou uma recomendação nesse sentido. Escutar parece algo muito óbvio e corriqueiro – será que escutamos verdadeiramente?
Pode a filosofia dar algum contributo para afinar essa escuta?
São várias as actividades promovidas pela filocriatividade no sentido de criar um tempo e espaço para a escuta da infância. Um exemplo disso são as oficinas de perguntas para famílias, onde pessoas adultas e crianças são convidadas a perguntar, a responder, a problematizar – de igual para igual. Outro exemplo: o #filopenpal ou os desafios filosóficos que são enviados via CTT ou partilhado num documento online para que as famílias possam pensar em conjunto. O Clube de Leitura em Voz Alta #filocri que funcionou em formato online em 2020/2021.
“Nunca pensei que a minha filha tivesse coisas destas para dizer. Foi uma descoberta para mim”, disse-me uma mãe à saída de uma oficina na qual dialogámos sobre “podes fazer tudo aquilo que queres?”.
O diálogo assume um carácter de encontro e de troca e para tal é fundamental a disponibilidade para pensar, escutar e falar (Peter Worley) com os outros, sejam crianças ou jovens ou adultos, de igual para igual.
“Agora não, Tiago”
O livro de David Mackee é uma excelente ilustração da invisibilidade à qual a infância está sujeita. Agora não. Agora não. E de repente o Tiago já não está lá e ninguém dá conta. Agora não. Agora não.
Então... quando?
Whatever you want / Cruelty Bytes
Ellen Duthie e Daniela Martagón provocam-nos com cenas provocadoras entre a infância e a adultês. “Agora ficas aqui a pensar na tua vida” – é uma frase comum, enunciada por pessoas adultas, quando a criança se porta mal. E quando se porta bem? Não pensamos na vida nesses momentos? E o que é isso de portar bem ou mal?
Crie um diário de perguntas para a família (ou para a sua turma). Diariamente registem uma pergunta: cada um regista a sua pergunta e deixa um espaço em branco por baixo dessa pergunta. No final do primeiro mês, voltam à primeira pergunta e iniciam um diálogo sobre a pergunta, procurando arriscar respostas e/ou investigando o tema, o problema que essa pergunta traz dentro de si.
Recomendação para as pessoas adultas: evitem a precipitação de querer responder ou de julgar se a pergunta é tonta ou não. Escutem a pergunta e deixem-se perguntar por ela.
Além do #filopenpal e das oficinas de perguntas para famílias, acompanhe o blog e as demais redes sociais da filocriatividade. Diariamente partilho conteúdos e faço uma curadoria de recursos e de ideias que podem ser úteis para esta prática. Convido-o/a a subscrever a newsletter para receber sugestões no seu e-mail.
Um exemplo desses recursos são as Home Talks (Diálogos em Casa) que estão disponíveis gratuitamente em inglês, espanhol e português.
As #ComunidadesCriativasFILOCRI e o #ClubeDePerguntas são actividades regulares que permitem a prática do pensamento crítico e criativo. Por vezes participam famílias, porém a grande maioria das pessoas que subscrevem estas actividades são adultas e algumas delas trabalham com crianças e jovens.
Numa altura em que o pensamento crítico é uma espécie de bandeira no perfil do aluno, nos planos curriculares, aqui e ali, dentro e fora da escola, importa perguntar: e as pessoas educadoras e professoras sabem o que é pensamento crítico? Sabem como trabalhá-lo? Sabem como propô-lo aos seus grupos de crianças e de jovens?
Estas actividades procuram responder a estas perguntas e proporcionar um espaço e tempo para que a pessoa adulta possa treinar o seu pensamento crítico e assim promover momentos de prática com as crianças e os jovens.
Quando foi a última vez que escutou a infância? O que escutou?