7 razões + 1 para amar a filosofia
Giuseppe Cambiano é licenciado em filosofia e professor emérito de história da filosofia antiga em Itália. no livro Sete razões para amar a filosofia, Cambiano descreve essas sete razões de forma simples e acessível para quem não tem uma bagagem de conhecimento na área.
o índice anuncia as sete razões: fazer perguntas, usar palavras, procurar respostas, apreciar a discordância, abrir os horizontes, compreender os outros: outros tempos e compreender os outros: outros mundos.
identifiquei nestas razões aquelas que me levaram a estudar filosofia, a fazer uma licenciatura, e também as razões para desenvolver oficinas de filosofia para crianças e jovens (e também para adultos).
numa oficina de filosofia as perguntas são ferramentas essenciais para a dinâmica do diálogo. perguntamos para saber, para esclarecer, para colocar hipóteses, para problematizar. nesse processo de pergunta, as palavras são pensadas, esmiuçadas, definidas e são um instrumento que nos permitem posicionar-nos sobre algo.
além de colocar perguntas, arriscar respostas é outro elemento chave da oficina, pois não ficamos satisfeitos/as só com o perguntar. uma oficina pode acontecer só com perguntas? pode, sim. porém não excluo as respostas deste contexto, pois estas permitem experimentar cenários e até colocar outras perguntas.
num diálogo é natural que haja discordância. não promovo diálogos que tenham como fim último que todos concordem uns com os outros. não é esse o meu foco. também não tenho como foco a discordância. o ambiente deverá ser capaz de acolher tanto uma coisa como a outra, os concordo e os não concordo, pois esta tensão permite ver outros pontos de vista em torno do problema.
abrir os horizontes, diz Cambiano. sem dúvida, ampliar sentidos e contemplar possibilidades que até então eram impensáveis: eis um dos efeitos secundários dos diálogos filosóficos.
compreender os outros: outros tempos e outros mundos, diz Cambiano. o que pretende dizer com isto?
vou dar a palavra ao autor:
(...) Graças aos restos arqueológicos e às produções artísticas do passado, consegue-se entrever como se vivia no passado, onde se morava, quais eram as atitudes religiosas, como eram representados os deuses, pessoas e coisas e que sons eram apreciados.(...)
(...) compreender os outros não significa automaticamente, sempre e em todo o lado, justificar tudo aquilo que os outros dizem ou fazem (...) a filosofia procura também identificar se existe e em que consiste a dignidade humana, para a salvaguardar em cada um e em todo o lugar.
a compreensão dos outros tempos e dos outros mundos são fundamentais para, por um lado salvaguardar a memória, e por outro lado, a dignidade humana.
quanto a mim, a oitava razão para amar a filosofia passa por ter a possibilidade de filosofar lado a lado com crianças e jovens, escutá-los, renovar a minha atitude de espanto.
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