Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

filocriatividade | #filocri

filosofia para/com crianças e jovens | mediação cultural e filosófica | #ClubeDePerguntas | #LivrosPerguntadores | perguntologia | filosofia, literatura e infância

filocriatividade | #filocri

filosofia para/com crianças e jovens | mediação cultural e filosófica | #ClubeDePerguntas | #LivrosPerguntadores | perguntologia | filosofia, literatura e infância

06 de Fevereiro, 2025

neurociência, aprendizagem activa e a instrução directa

joana rita sousa / filocriatividade

NC, AL, DI

Vi este artigo no mural de facebook do Marco Neves e tive curiosidade no estudo.

Deparei-me com uma conclusão que vai ao encontro das minhas reflexões sobre a incerteza que caracteriza o espaço e o tempo do diálogo filosófico:

"When uncertainty is low, so is episodic memory, attention and  cognition (Monosov, 2020; Rouhani et al., 2018). In comparison, when uncertainty is high, episodic memory, attention and cognition are high as active exploration is required to resolve the uncertainty (Collins and Frank, 2018; Diederen et al., 2016; Monosov, 2020; Rouhani et al., 2018). Learning rates might be slower, but retention is higher (Collins and Frank, 2018; Rouhani et al., 2018)."

 

E agora vou pensar um pouco mais sobre o papel da incerteza no diálogo, relacionando-o com o jazz e o improviso e a importância da pergunta. Um dia destes partilho as minhas reflexões. 

06 de Fevereiro, 2025

a navalha de Ockham

joana rita sousa / filocriatividade

 

Screenshot 2025-01-31 at 12.21.11.png

Falo muitas vezes da navalha de Ockham como uma ferramenta que nos ajuda a pensar com clareza. 

O David Erlich partilhou esta publicação no seu instagram sobre um mini-ensaio proposto à sua turma.

O tema era a Alegoria da Caverna e era possível levar material de consulta, ainda que com alguns limites. A saber: o material só pode ocupar a frente de uma página A5, tem de ser manuscrito e tem de ser único (ou seja, cada pessoa teria de levar o seu). Há um limite de  20 palavras e é recomendado o uso de esquemas, diagramas, desenhos ou ilustrações.

 

O que o professor de Filosofia pede aos seus alunos e às suas alunas é que apliquem a navalha de Ockham, ou seja, que escolham as palavras essenciais para a criação do seu material de consulta. Por outras palavras, está a pedir que se livrem das palavras acessórias. Trata-se de um exercício de síntese que exige que a pessoa se dedique ao estudo, dominando de alguma forma o assunto. 

Ao solicitar que o material seja manuscrito e único há um apelo ao exercício da escrita (usando palavras e símbolos, como se vê pelas imagens) que ajuda a memorizar:

“Statistically most studies on the relationship between handwriting and memory [including ones conducted in JapanNorway and the United States] show that people are better at remembering things that they have written down, manually than on a computer,” says Naomi Susan Baron, professor emerita of linguistics at American University in Washington D.C. and author of Who Wrote This? How AI and the Lure of Efficiency Threaten Human Writing.  (via National Geographic)

 

Escrever à mão é algo que exige o nosso foco:

“Holding a pen with our fingers, pressing it on a surface, and moving our hands to create letters and words is a complex cognitive-motor skill that requires a lot of our attention,” says Mellissa Prunty, reader in occupational therapy at Brunel University London who hasresearchedthe relationship between handwriting and learning. “This deeper level of processing, which involves mapping sounds to letter formations, has been shown to support reading and spelling in children, Prunty says. (via National Geographic)

 

O uso de ilustrações ou desenhos vai ao encontro daquilo que Tony Buzan defende nos seus Mind Maps, que passa por usar imagens no lugar de palavras ou expressões: 

Substituir uma imagem mais normal ou enfadonha por outra mais significativa aumenta a probabilidade de relembrar. Pode igualmente recorrer a símbolos tradicionais. (Saber Pensar, Tony Buzan)

Screenshot 2025-01-31 at 12.20.58.png

Por vezes, nos diálogos filosóficos que dinamizo encontro pessoas muito palavrosas. Por vezes, peço à pessoa para resumir ou sintetizar a ideia numa só frase, estipulando um limite de palavras. Neste caso é muito mais fácil fazer o exercício por escrito, para podermos observar o pensamento escrito e ✂️ cortar aquilo que é acessório.

Aprendi este movimento com Oscar Brenifier, num dos seus seminários. Ao princípio, estranha-se. Depois... entranha-se.

 

____

 

A Fabiana Lessa defendeu em 2024 uma dissertação sobre o uso de Mapas Mentais

no ensino da Filosofia. Para saber mais, consulte a dissertação nesta página

06 de Fevereiro, 2025

o que faz de um ser humano um ser humano?

escutar a voz das crianças e dos jovens - projecto NHNAI

joana rita sousa / filocriatividade

476211359_122100476138760014_4844607313363083336_n

O que é o projecto NHNAI?

O projeto NHNAI – “Um novo humanismo na era das neurociências e da inteligência artificial” é uma iniciativa desenvolvida pela Universidade Católica de Lyon, França. Desde 2022, o projeto está a decorrer em nove países (França, Portugal, Bélgica, Itália, Canadá, EUA, Chile, Quénia, Taiwan). Em Portugal, o projeto é coordenado pela Professora Doutora Rita Francisco (Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa).

Nos últimos anos, os desenvolvimentos tecnológicos e científicos têm comportado muitas alterações para o nosso quotidiano. O uso de algumas ferramentas mais avançadas (por exemplo, carros autónomos) pode ter consequências vantajosas e desvantajosas para a vida coletiva e para a nossa identidade humana. Deste modo, o objetivo principal do projeto é promover a discussão, a nível da sociedade civil, sobre estes aspetos. (via website NHNAI)

 

A escuta das vozes das crianças e dos jovens

O desafio lançado pelo projecto NHNAI foi o de criar espaço e tempo para escutar o que as crianças e os jovens têm a dizer sobre a identidade humana. Nesse sentido, criei um caderno de actividades que vão nortear oficinas dinamizadas por mim. Além disso, lancei uma chamada à participação das escolas e das famílias para que pudessem parar, pensar, escutar e dialogar sobre esta temática.

 

Os diálogos na escola, em família e pelo grupo Filosofia na Aldeia 

Começam a chegar respostas, perguntas, desenhos realizados em família e também nas bibliotecas.

Chegam provocações perguntadoras no chão da aldeia do Moledo (ver foto). 

A Filosofia na Aldeia é um projecto de cidadania na aldeia do Moledo que tem como objectivo promover a reflexão filosófica na escola, na aldeia e em toda a comunidade. Estou muito contente por poder fazer parte deste projecto, através desta investigação promovida pelo NHNAI.

 

*

Afinal, o que faz de um ser humano um ser humano?

 

 

📷 Filosofia na Aldeia