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filocriatividade | #filocri

filosofia para/com crianças e jovens | mediação cultural e filosófica | #ClubeDePerguntas | #LivrosPerguntadores | perguntologia | filosofia, literatura e infância

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27 de Fevereiro, 2025

mãe, posso pão?

- uma oportunidade para conversar com as crianças

joana rita sousa / filocriatividade

 

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Economia linguística?

Preguiça?

Pressa?

Esperteza?

Problema?

 

"Mãe, posso pão?"

Não me tenho apercebido deste tipo de perguntas nos diálogos com as crianças; mas temos de nos lembrar que as minhas oficinas convidam a pensar em voz alta e é um processo que convida à lentidão. Imagino que este tipo de perguntas que "comem o verbo" sejam mais comuns em momentos de pequenas interacções entre a criança e a pessoa adulta (ou entre crianças). 

O facto de não ter escutado estes tipos de perguntas não me permite ignorar o fenómeno ou dizer que é irrelevante. Considero que é importante escutar as pessoas especialistas na área. 

A jornalista Manuela Micael escreveu uma peça sobre o assunto para a CNN (16 de Fevereiro). Sem espanto algum, dou conta que as pessoas especialistas consultadas pela jornalista apresentam pontos de vista diferentes sobre a temática. 

 

Uma oportunidade

Sugestão: aproveitar esses momentos em que a criança diz “mãe, posso pão?” para conversar com a criança.

Podemos perguntar: não há outra maneira de dizer isso? Ou então dizer: não falta aí qualquer coisa nisso que disseste? E não é um “faz favor” ou “por favor”.

Conversar com as crianças, usar os momentos de conversa para apresentar novas palavras é uma excelente forma de lidar com este fenómeno. Em vez de entrarmos em pânico, vamos dedicar mais algum tempo à conversa, ao diálogo, à leitura em voz alta. Sem interrupções, sem smartphones por perto. Vamos a isso? 

 

De fato, um grande conjunto de evidências mostra que não é a audição passiva — ou mesmo a quantidade de palavras a que uma criança é exposta — o que mais importa. É a qualidade da conversa que é importante. Ou seja, a natureza de troca, que requer ouvir e responder. É o que Hirsh-Pasek e Roberta Golinkoff chamam de "dueto de conversação", porque "você não pode cantar sozinho". Outro estudo aponta que, se uma conversa é interrompida por uma ligação de telefone, por exemplo, a criança não aprende uma palavra recém-apresentada a ela, mas aprenderá se a conversa não for interrompida. (via BBC, 2019)

 

A este propósito sugiro o livro de Dina Mendonça, Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso, Onde é que nós íamos? Se não o encontrar na sua Biblioteca Municipal, deixe a sugestão para que possam adquirir. 

Outra sugestão que proporciona boas conversas, é o baralho #EuPensoEuEscolho, editado pela The Happy Gang e para o qual contribui com consultoria na área da filosofia para/com crianças e jovens.

 

27 de Fevereiro, 2025

A Inundação, de Mariajo Ilustrajo (fábula)

- por Júlia Martins

joana rita sousa / filocriatividade

 

a inundação, fábula

 

A editora fábula dedica-se a livros infantojuvenis e pretende satisfazer um público exigente e atento que procura qualidade literária e gráfica. Habituamo-nos à qualidade do catálogo da fábula. Nele descobrimos A Inundação, da ilustradora espanhola Mariajo Ilustrajo, um livro repleto de pequenos detalhes. Cada página evidencia a graciosa harmonia entre texto e a ilustração oferecendo ao leitor um livro belíssimo.

Imaginem que a cidade habitada por animais está lentamente a ser inundada. Uma inundação? Porque terá acontecido? Choveu assim tanto? A cidade estava um pouco molhada. Ninguém deu muita importância.  Alguns animais divertiam-se com a situação … chapinhavam nos pequenos charcos de água, outros encontravam a oportunidade de usar as galochas e até a escola parecia mais divertida. Gostas de caminhar chapinhando nas poças de água? Afinal, de onde viria aquela água? Seria possível escoar toda aquela água? 

As vidas dos habitantes continuavam “ao seu ritmo natural, para cima e para baixo”, sem ninguém dar grande relevância ao que estava a acontecer. Pouco a pouco a diversão deu lugar à preocupação.  Havia um problema por resolver. Quando é que poderemos afirmar que estamos perante um problema? O problema será entendido da mesma forma por todos? 

O que alguns temiam, aconteceu! A água atinge uma altura desmesurada e todos concordam que é necessário reunir sinergias para encontrar uma solução. Conseguirão? 

Os livros perguntadores podem não apresentar perguntas na capa ou mesmo no interior, durante a leitura de A Inundação, encontramos duas perguntas explícitas - por perguntas entendemos uma frase que termina com um ponto de interrogação -, mas nele habitam muitas perguntas. 

Os livros perguntadores são livros que nos convocam a curiosidade, ampliam o pensamento e proporcionam uma certa tensão na leitura. É um livro que nos inquieta, que chama por nós, que incomoda, que nos induz no exercício da incerteza e imaginação, que amplia a nossa curiosidade e que faz perguntas. Um livro perguntador resulta num trampolim no sentido da construção de sentidos e da exploração de significados, seja do texto escrito, da ilustração, do formato do livro ou das guardas. Em A Inundação encontramos a peculiaridade do elemento cor, esta marca o ritmo, mas também nos suscita perguntas: A água tem cor? Que quantidade de água existe no mundo? Onde poderemos guardar a água? Quem pode viver dentro de água?

 

(Júlia Martins)  

 

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19 de Fevereiro, 2025

sobre a liberdade para discordar (em sala de aula)

joana rita sousa / filocriatividade

 

Assisti recentemente a um webinar intitulado Educating Ethically During Polarized Times, disponibilizado pela Harvard Business Publishing Education. 

Meira Levinson foi a oradora deste webinar que abordou questões pertinentes sobre a impossibilidade de sermos neutros. Eis algumas perguntas que foram levantadas durante o webinar: 

Como lidar com visões polarizadas em sala?

Como tomar consciência dessa polarização?

Que assuntos encaramos como "abertos" e que assuntos encaramos como "fechados"?

Qual o papel das nossas crenças e convicções nessas apreciações? 

 

A propósito destas temáticas, foram partilhados dois artigos cuja leitura recomendo. A saber:

- The World Is Politically Charged. Bring Those Conversations into the Classroom;

- How to Encourage Respectful Discord in Your Classroom

 

Boas leituras!

16 de Fevereiro, 2025

oficina: O que faz de um ser humano um ser humano?

joana rita sousa / filocriatividade

A propósito do projecto NHNAI, irá realizar-se uma oficina para crianças dos 7 aos 11 anos que convida a pensar o que faz de um ser humano um ser humano?

A oficina tem tem lugar no dia 8 de março, pelas 9h30, no Hotel NH Campo Grande. As inscrições são limitadas e por isso é necessária inscrição prévia.

 

Durante o dia haverá outros momentos para pensar e dialogar sobre o ser humano. Consulte o programa completo AQUI.

15 de Fevereiro, 2025

Se numa noite de Inverno um viajante, de Italo Calvino

#livrosperguntadores

joana rita sousa / filocriatividade

Em 1979 Italo Calvino, considerado um dos maiores escritores do século XX escreve “Se numa noite de Inverno um viajante” um romance com uma arquitetura original. Ao longo de doze capítulos, numa estrutura não linear e numa cartografia de cruzamentos e desencontros, de histórias dentro de histórias, de surpresas deliciosas e desprezíveis temos o prazer de conhecer a personagem principal, o leitor. 

A voz do personagem leitor é uma voz exigente, curiosa e conselheira: Estás a começar a ler o novo romance Se numa noite de Inverno um viajante de Italo Calvino. Descontrai-te. Recolhe-te. Afasta de ti todos os outros pensamentos. Deixa esfumar-se no indistinto o mundo que te rodeia. A porta é melhor fechá-la; lá dentro a televisão está sempre acesa. Diz aos outros: “Estou a ler! Não quero que me incomodem!”. 

Ao longo das várias páginas acompanhamos um jogo entre o “leitor(a)” e o livro. O leitor faz parte da obra: “apareceste pela primeira vez ao Leitor numa livraria, ganhaste forma destacando-te de uma parede de estantes, como se a quantidade dos livros tornasse necessária a presença de um Leitor”. 

Ler “Se um viajante numa noite de inverno” é um verdadeiro desafio para o leitor, o qual é desafiado a pensar a literatura partindo da própria literatura.

 

Se numa noite de Inverno um viajante, de Italo Calvino (Edições Dom Quixote)

13 de Fevereiro, 2025

O ímpeto por ser original em Filosofia

- Vitor Lima, INÉF

joana rita sousa / filocriatividade

 

"É comum o hábito de explicar o mundo pela ótica do que já disseram. Não é possível levantar uma hipótese original, longe de pensamentos estabelecidos?" Essa pode ser a questão de quem quer aprender a pensar por conta própria, com o auxílio da Filosofia. Geralmente, o ímpeto por ser original guia os amantes do saber. Eu, no entanto, tenho dúvidas em entender a originalidade tão ansiada. Não sei que pensamentos seriam originais a ponto de não serem influenciados, em algum grau, pelo que já disseram.

Um dos valores em que acredito é o da honestidade intelectual. E eu costumo explicá-la assim:

1. Explicitar os próprios valores e posicionamentos, já que ninguém é ausente de valores e posicionamentos - eles existem ainda que deles não tenhamos consciência.

2. Não deturpar visões alheias a nossos valores e posicionamentos.

Me interessa o ponto 1 aqui.

A condição humana - já que somos tanto seres biológicos, quanto culturais - é esta: somos constituídos não só pelo genoma que herdamos, mas pelos valores e práticas que aprendemos.

Para utilizar o jargão filosófico, todos nós aprendemos concepções metafísicas, epistemológicas, éticas e existenciais, desde o momento em que nascemos até o momento em que morremos. Isso equivale a dizer que todos nós temos respostas -- ainda que não saibamos formulá-las com clareza -- para estas perguntas:

- Do que a realidade é constituída?

- Até onde posso conhecer a realidade?

- Como devo me comportar perante os outros?

- Como devo conduzir a minha vida?

A evidência de respostas a essas perguntas são frases cotidianas que repetimos o tempo inteiro.

"Tudo acontece por uma razão" - eis uma tese metafísica, porque estabelece algo sobre a estrutura mais básica da realidade. Quando afirmamos isso, o que queremos dizer é que existe um princípio que perpassa a totalidade das coisas e que regula tudo o que é há.

"Ninguém é dono da verdade" - eis uma tese epistemológica, porque afirma algo sobre os limites do conhecimento humano. Ao defender essa posição, a intenção é dizer que a cognição humana não pode alcançar conhecimento incontestável e, portanto, precisa estabelecer sempre uma margem para revisão.

"Isso não é coisa que se faça com uma pessoa" - eis uma tese ética, porque advoga uma postura correta, contra uma postura errada, com o intuito de reprovar moralmente quem cometeu a última. Pressupõe um critério, segundo o qual é possível avaliar quem age bem e quem age mal.

"O que importa mesmo para mim é minha família" - eis uma tese existencial, dado que elege um parâmetro de condução da própria vida que guia todos os outros. Entre vários critérios - Deus, pátria, revolução etc. -, quem repete isso prefere os seus parentes, caso precise escolher o que guia absolutamente suas escolhas de vida.

O que isso tudo indica? Indica que nós, ainda que nunca tenhamos ouvido jargão filosófico algum, abraçamos teses filosóficas, ainda que inconscientemente.

Nesse sentido, faz parte do cultivo da honestidade intelectual, antes de querer ser original, querer saber o que forma o seu pensamento. Antes de querer descobrir a próxima ideia genial, já é trabalho suficiente apenas buscar saber como o pensamento que você tem se formou:

- Quem o formulou?

- Como ele é defendido e atacado?

- Ele faz tanto sentido quanto eu penso que faz?

Acreditar em originalidade como algo que possa começar do zero, do modo como eu vejo, é simplesmente ignorar que somos seres culturais e que nenhum valor ou posicionamento que temos começa em nós mesmos - já está aqui há tempos e, provavelmente, continuará depois de nossa morte.

Enquanto você foca mais em originalidade que em honestidade intelectual, corre um sério risco: não é você que tem o pensamento, é o pensamento que tem você.

 

Para acompanhar esta e outras reflexões do professor Vitor Lima, conheça a escola INÉF (Isto Não É Filosofia).

 
 

 

07 de Fevereiro, 2025

sobre Mulheres Filósofas

joana rita sousa / filocriatividade

“E que não haja mais dúvidas de que filosofia sempre foi, e continua sendo, coisa de mulher.”

Introdução do livro Filósofas, de Fabiana Lessa e Natasha Hennemann

 

Nas vésperas do mês de Março e das comemorações do Dia da Mulher, retomo o tema da (in)visibilidade das Mulheres Filósofas nos conteúdos programáticos, nos eventos ou nos lugares de destaque das organizações. 

Tenho feito um esforço para ler filosofia da autoria de mulheres, mas tenho ainda muito trabalho pela frente. Dou por mim a pensar nas referências que tenho e os primeiros nomes são sempre de homens.

Não é fácil contrariar isto; para que Arendt ou Beauvoir ou Weil sejam referências no meu pensamento, tenho de as ler, tenho de parar e dialogar com o seu pensamento.  Entretanto a vida acontece e os livros ficam na estante, à minha espera. 

 

*

Partilho consigo alguma bibliografia que poderá ajudar a revelar os nomes e o pensamento das Mulheres Filósofas:

- Filósofas, de Fabiana Lessa e Natasha Hennemann (Maquinaria) - pode ser adquirido através da Livraria Travessa, em Lisboa;

Filósofas: a presença das mulheres na filosofia (org. Juliana Pacheco) - disponível AQUI;

- The Philosopher Queens (ed. Rebecca Buxton e Lisa Whiting).

 

Mulheres-silenciadas-na-Historia-da-Filosofia.pngilustração CCA

06 de Fevereiro, 2025

neurociência, aprendizagem activa e a instrução directa

joana rita sousa / filocriatividade

NC, AL, DI

Vi este artigo no mural de facebook do Marco Neves e tive curiosidade no estudo.

Deparei-me com uma conclusão que vai ao encontro das minhas reflexões sobre a incerteza que caracteriza o espaço e o tempo do diálogo filosófico:

"When uncertainty is low, so is episodic memory, attention and  cognition (Monosov, 2020; Rouhani et al., 2018). In comparison, when uncertainty is high, episodic memory, attention and cognition are high as active exploration is required to resolve the uncertainty (Collins and Frank, 2018; Diederen et al., 2016; Monosov, 2020; Rouhani et al., 2018). Learning rates might be slower, but retention is higher (Collins and Frank, 2018; Rouhani et al., 2018)."

 

E agora vou pensar um pouco mais sobre o papel da incerteza no diálogo, relacionando-o com o jazz e o improviso e a importância da pergunta. Um dia destes partilho as minhas reflexões. 

06 de Fevereiro, 2025

a navalha de Ockham

joana rita sousa / filocriatividade

 

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Falo muitas vezes da navalha de Ockham como uma ferramenta que nos ajuda a pensar com clareza. 

O David Erlich partilhou esta publicação no seu instagram sobre um mini-ensaio proposto à sua turma.

O tema era a Alegoria da Caverna e era possível levar material de consulta, ainda que com alguns limites. A saber: o material só pode ocupar a frente de uma página A5, tem de ser manuscrito e tem de ser único (ou seja, cada pessoa teria de levar o seu). Há um limite de  20 palavras e é recomendado o uso de esquemas, diagramas, desenhos ou ilustrações.

 

O que o professor de Filosofia pede aos seus alunos e às suas alunas é que apliquem a navalha de Ockham, ou seja, que escolham as palavras essenciais para a criação do seu material de consulta. Por outras palavras, está a pedir que se livrem das palavras acessórias. Trata-se de um exercício de síntese que exige que a pessoa se dedique ao estudo, dominando de alguma forma o assunto. 

Ao solicitar que o material seja manuscrito e único há um apelo ao exercício da escrita (usando palavras e símbolos, como se vê pelas imagens) que ajuda a memorizar:

“Statistically most studies on the relationship between handwriting and memory [including ones conducted in JapanNorway and the United States] show that people are better at remembering things that they have written down, manually than on a computer,” says Naomi Susan Baron, professor emerita of linguistics at American University in Washington D.C. and author of Who Wrote This? How AI and the Lure of Efficiency Threaten Human Writing.  (via National Geographic)

 

Escrever à mão é algo que exige o nosso foco:

“Holding a pen with our fingers, pressing it on a surface, and moving our hands to create letters and words is a complex cognitive-motor skill that requires a lot of our attention,” says Mellissa Prunty, reader in occupational therapy at Brunel University London who hasresearchedthe relationship between handwriting and learning. “This deeper level of processing, which involves mapping sounds to letter formations, has been shown to support reading and spelling in children, Prunty says. (via National Geographic)

 

O uso de ilustrações ou desenhos vai ao encontro daquilo que Tony Buzan defende nos seus Mind Maps, que passa por usar imagens no lugar de palavras ou expressões: 

Substituir uma imagem mais normal ou enfadonha por outra mais significativa aumenta a probabilidade de relembrar. Pode igualmente recorrer a símbolos tradicionais. (Saber Pensar, Tony Buzan)

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Por vezes, nos diálogos filosóficos que dinamizo encontro pessoas muito palavrosas. Por vezes, peço à pessoa para resumir ou sintetizar a ideia numa só frase, estipulando um limite de palavras. Neste caso é muito mais fácil fazer o exercício por escrito, para podermos observar o pensamento escrito e ✂️ cortar aquilo que é acessório.

Aprendi este movimento com Oscar Brenifier, num dos seus seminários. Ao princípio, estranha-se. Depois... entranha-se.

 

____

 

A Fabiana Lessa defendeu em 2024 uma dissertação sobre o uso de Mapas Mentais

no ensino da Filosofia. Para saber mais, consulte a dissertação nesta página

06 de Fevereiro, 2025

o que faz de um ser humano um ser humano?

escutar a voz das crianças e dos jovens - projecto NHNAI

joana rita sousa / filocriatividade

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O que é o projecto NHNAI?

O projeto NHNAI – “Um novo humanismo na era das neurociências e da inteligência artificial” é uma iniciativa desenvolvida pela Universidade Católica de Lyon, França. Desde 2022, o projeto está a decorrer em nove países (França, Portugal, Bélgica, Itália, Canadá, EUA, Chile, Quénia, Taiwan). Em Portugal, o projeto é coordenado pela Professora Doutora Rita Francisco (Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa).

Nos últimos anos, os desenvolvimentos tecnológicos e científicos têm comportado muitas alterações para o nosso quotidiano. O uso de algumas ferramentas mais avançadas (por exemplo, carros autónomos) pode ter consequências vantajosas e desvantajosas para a vida coletiva e para a nossa identidade humana. Deste modo, o objetivo principal do projeto é promover a discussão, a nível da sociedade civil, sobre estes aspetos. (via website NHNAI)

 

A escuta das vozes das crianças e dos jovens

O desafio lançado pelo projecto NHNAI foi o de criar espaço e tempo para escutar o que as crianças e os jovens têm a dizer sobre a identidade humana. Nesse sentido, criei um caderno de actividades que vão nortear oficinas dinamizadas por mim. Além disso, lancei uma chamada à participação das escolas e das famílias para que pudessem parar, pensar, escutar e dialogar sobre esta temática.

 

Os diálogos na escola, em família e pelo grupo Filosofia na Aldeia 

Começam a chegar respostas, perguntas, desenhos realizados em família e também nas bibliotecas.

Chegam provocações perguntadoras no chão da aldeia do Moledo (ver foto). 

A Filosofia na Aldeia é um projecto de cidadania na aldeia do Moledo que tem como objectivo promover a reflexão filosófica na escola, na aldeia e em toda a comunidade. Estou muito contente por poder fazer parte deste projecto, através desta investigação promovida pelo NHNAI.

 

*

Afinal, o que faz de um ser humano um ser humano?

 

 

📷 Filosofia na Aldeia

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