![hitesh-choudhary-t1PaIbMTJIM-unsplash.jpg]()
No passado mês de Março tive a oportunidade de dinamizar oficinas dedicadas ao tema da Inteligência Artificial, com crianças e também com pessoas adultas. O convite surgiu pelas mãos da Fundação Eugénio de Almeida (Évora).
Nessas oficinas surgiram várias perguntas sobre IA e também arriscámos algumas respostas. As oficinas foram inspiradas nos materiais Wonder Ponder (I, person) e também no livro Olá, Robot.
Para me preparar para as oficinas tenho o cuidado de ler e investigar sobre o assunto. Considero que esta preparação é fundamental, em qualquer tema e em particular nestes temas em torno dos quais parece haver pouca informação a circular. Falamos muito sobre o assunto, mas o que sabemos sobre IA? Somos contra ou a favor? Será que sabemos o necessário para saber se somos a favor ou contra? E haverá uma posição intermédia entre o a favor e o contra?
*
Ramón Besónias e Marco Neves são duas pessoas cujas reflexões sobre IA e educação me provocam a pensar no tema e a rever as minhas posições.
A reflexão de Marco Neves intitula-se O Amanhecer de uma Era Socrática: Preparar os alunos para Diálogos com Grandes Modelos de Linguagem (chatGPT) e pode ser lida no linkedin. Gostaria de destacar esta passagem:
O Diálogo Socrático, derivado das práticas de ensino do filósofo grego Sócrates, gira em torno de promover uma compreensão profunda através de uma série de perguntas e respostas. Esta dinâmica encaixa-se perfeitamente no que são as realidades de hoje nas interações com a AI.
No entanto, como podemos preparar os alunos para adotar esta metodologia ao interagir com grandes modelos de linguagem?
Para conhecer a resposta do Marco Neves a esta pergunta, recomendo a leitura do artigo.
*
Por sua vez, Ramón é bastante claro no artigo Escrever bem ou pensar bem? Um debate em tempos de IA no que respeita à correcção linguística e ao exercício cognitivo. "A ortografia e a gramática chegaram depois."
O Ramón explica:
La corrección lingüística es consecuencia del ejercicio cognitivo, no al revés. Disiento de aquellos que consideran que escribir mal influye negativamente en la profundidad y capacidad de razonar, aunque comprendo sus razones. Quien escribe estas líneas da fe de ello. Aprendí a escribir por mi motivación hacia la lectura y otros centros de interés, ajenos a la escuela; la ortografía y la gramática llegaron después. Existen numerosos ejemplos de adultos -también docentes- que no tienen faltas de ortografía y sin embargo muestran dificultades para construir un texto argumentativo que ofrezca un mínimo de profundidad y coherencia lógica. El hábito no hace al monje.
*
A IA foi um dos temas aos quais a comunidade da #redeFILOCRIATIVIDADE dedicou tempo para leitura e reflexão. Caso pretenda fazer parte desta comunidade contacte-me via e-mail: joana @ filosofiaparacriancas ponto pt
📷 Hitesh Choudhary / Unsplash