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filocriatividade | #filocri

filosofia para/com crianças e jovens | mediação cultural e filosófica | #ClubeDePerguntas | #LivrosPerguntadores | perguntologia | filosofia, literatura e infância

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05 de Setembro, 2023

#tourfilocriatividade / setembro 2023

joana rita sousa / filocriatividade

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👀 a #tourfilocriatividade 2023/2024 arranca já no próximo sábado rumo à Ericeira.

depois seguem-se Serpa e Ovar, Agualva, Ericeira de novo e Lisboa.

encontramo-nos por aí? 👀

 

❓ #ClubeDePerguntas [Setembro 2023]  - pode inscrever-se até dia 10 (info aqui)


🎨oficina de filosofia para famílias [presencial] - regras [há liberdade sem regras?] - Biblioteca Municipal da Ericeira
🗓  9 de Setembro, das 15h30 às 16h30 - biblioteca.atividades@cm-mafra.pt


📚 VIII Jornadas Municipais da Educação - Município de Serpa - oficina o diálogo como prática do pensamento crítico e criativo"
🗓  11 de Setembro - info AQUI


📚 Jornadas Literárias - Festival Literário de Ovar (FLO)
🗓   de 13 a 17 de Setembro - informações AQUI


📚 Clube de Leitura da Casa da Marioneta [presencial]
🗓  24 de Setembro, das 16h às 17h15 [informações AQUI]

 
📚 Comunidade de Leitura e Diálogo [presencial] - Biblioteca Municipal da Ericeira
🗓  29 de Setembro, 18h30/20h - biblioteca.atividades@cm-mafra.pt


🧠   - oficina para famílias: dicionário da língua que (ainda) não existe
🗓 30 de Setembro (das 10h às 11h30), no Goethe Institut (Lisboa) - informações detalhadas AQUI

 

📷 Raquel Vieira, Figueira da Foz 2023

05 de Setembro, 2023

No meu bairro - um livro revolucionário

joana rita sousa / filocriatividade

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Um livro perguntador

No meu bairro é um livro perguntador e não me refiro aos pontos de interrogação que encontramos no seu texto. É um livro perguntador por me ter provocado esta pergunta: como é a experiência de ler um livro em linguagem neutra? 

A curiosidade levou-me lê-lo assim que me chegou às mãos. 

Devorei cada uma das páginas e dei por mim a pensar como escrevo habitualmente e como escreveria usando a linguagem neutra. Também experimentei a leitura em voz alta. 

Soa a algo estranho, tal como acontece quando estamos perante algo que não conhecemos. É estranho. Não temos este hábito. À nossa volta, poucas pessoas têm esse hábito. É estranho. 

Essa estranheza basta para que eu rejeite este livro? Não.

Essa estranheza basta para que eu rejeite a ideia da linguagem neutra? Também não.

A linguagem neutra é um tema sobre o qual tenho pensado de forma superficial e que merece um aprofundamento da parte das pessoas que, como eu, trabalham com crianças e jovens. A Lúcia refere na introdução que o livro foi pensado para a disciplina de Cidadania para a qual faltam materiais para uso em sala. É também na introdução que podemos ler:

Es leitorus adultes poderão, inicialmente, estranhar o uso deste sistema. É compreensível. Já as crianças, quanto mais cedo tiverem acesso a uma linguagem inclusiva, mais rápida e facilmente a incluirão no vocabulário quotidiano. Os livros são uma excelente ferramenta para a normalização de uma linguagem que represente de igual forma todas as pessoas.

 

Imaginei-me a ler este livro em voz alta com um grupo de crianças ou de jovens. Imaginei-me a dar a ler este livro a crianças e a jovens.

Como irão reagir?

Não sei ao certo.

Imagino que algumas crianças apontem a estranheza que eu própria senti. Outras podem rir ou levantar o sobrolho. Algumas podem não dar por nada. Seja como for temos aqui um trampolim literário para criar caminhos de diálogo. 

 

O que acontece n'O Meu Bairro? 

No Meu Bairro é composto de pessoas diferentes entre si: "Maria Miguel quer descobrir o seu papel", "Pilar não sabia em que acreditar", "Emanuel e o lápis cor de pele." São várias as temáticas que podemos topar nestas páginas, nas quais a ilustração cria um ambiente acolhedor. A ilustração é pontuada por pormenores "com a máxima importância".

O texto segue em poema, o que dá musicalidade e alivia o peso que se pode sentir quando se aborda a história de alguém que é migrante ou que sofreu racismo. Cada história é um poema, cada poema é uma vida, cada vida tem um rosto. 

Identidade de género, diversidade familiar, orientação sexual, racismo, feminismo, os direitos das pessoas com deficiência, a imigração são temas são difíceis e têm de entrar nas nossas agendas de diálogo. É bom encontrar estes temas na literatura infantil e juvenil, numa literatura que não se deixa aprisionar pelo  gugudadismo.*

 

O Manual de Apoio

Na página 32 encontramos o Manual de Apoio para Educar Pessoas Conscientes, Empáticas e Respeitadoras das Individualidades e das Diversidades. Será certamente muito útil para quem tem dúvidas sobre o que é a identidade de género, entre outros termos ou expressões sobre os quais é legítimo ter dúvidas.

Admito que a temática da inclusão e da diversidade possa ser um problema para as pessoas adultas que lidam com crianças e jovens precisamente por terem dúvidas, por não saberem o que dizer ou como responder.

Não faz mal ter dúvidas. Não há problema algum em ter dúvidas: só temos de fazer algum para superar essas dúvidas. Este livro dá uma preciosa ajuda. 

 

Uma última nota

Podemos ler este livro e não adoptar a linguagem neutra. O livro não nos obriga a isso. Não perguntei à Lúcia, nem ao Tiago, mas imagino que não pretendam obrigar as pessoas a adoptar esta linguagem. Imagino que a Lúcia e o Tiago queiram dar um contributo precioso e revolucionário para pensar sobre a linguagem neutra, sobre a inclusão e a diversidade. 

Espero que as pessoas leitoras deste blog possam dar uma oportunidade a este livro, um livro com o qual também se aprende, através do qual se pode tirar dúvidas. 


//

Lúcia Vicente (texto) e Tiago M. (ilustração) assinam este livro publicado na Nuvem de Letras (Penguin). O texto foi redigido com base num sistema gramatical neutro, com base na proposta ELU. No final do livro podemos encontrar referências para pesquisar sobre este sistema. 

 

* A pessoa gugudadista é aquela que considera que há palavras que não devem fazer parte dos livros para crianças. Para saber mais sobre o gugudadismo e as palavras-brócolos, espreite este artigo.

 

[se pretende comprar este livro considere fazê-lo na wook, entrando na livraria online através do meu link afiliados. desta forma está a apoiar a filocriatividade e os conteúdos que aqui partilho. obrigada.]

 

05 de Setembro, 2023

sugestões aleatórias

joana rita sousa / filocriatividade

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Desta vez a fonte das sugestões aleatórias é uma só, a Iniciativa Educação. A Teresa Pombo partilhou um artigo no facebook e quando dei por mim estava a explorar outros artigos na plataforma. Estes foram os artigos que li atentamente.

 

*

 

Ensinar a estabelecer inferências - artigo de João Lopes e Sónia Araújo, publicado na Iniciativa Educação.

«Qual é o tema do texto?»: Promover a compreensão da leitura a partir da formulação de temas - artigo de João Lopes e Sónia Araújo, publicado na Iniciativa Educação.

Que dificuldades irão os bebés-covid encontrar na aprendizagem da leitura? - artigo de Natalie Wexler, publicado na Iniciativa Educação.

 

📷 Kelli Tungay / Unsplash