estóico todos os dias
- 10 minutos de estoicismo por dia, não sabe o bem que lhe fazia!
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nota: esta conversa aconteceu entre mãe (m) e filha (f). a mãe tem 30 e poucos anos, a filha tem dez anos e frequenta o 4.º ano do 1.º ciclo. os nomes são fictícios.
f -"sabes, mãe, a julieta da minha turma diz que quando for mais crescida quer fazer uma operação e mudar de sexo. vai chamar-se joaquim."
m -"ah sim, filha? e como é que tu sabes disso?"
f -"foi ela que nos contou."
m - "que bom que ela se sente à vontade para falar convosco lá na escola sobre isso, não é? olha e tu? tu sentes-te bem a ser rapariga ou queres mudar?"
f - "mãe, eu gosto de ser rapariga, mas gosto mesmo de brincar mais com os rapazes. não quero mudar. mas olha aqui uma coisa, mãe. a julieta tem um namorado rapaz. se ela mudar de sexo, então passa a ser homossexual."
nem sempre estas conversas são fáceis, seja na escola ou em casa.
nem sempre sabemos bem como reagir, o que responder ou até o que perguntar.
para ajudar, procurei nas estantes cá de casa alguns livros que podem ser trampolins para conversas sobre o tema da sexualidade e da identidade de género.
aceito sugestões de outros livros ou recursos na caixa de comentários.
Jessica Love é a autora destes dois livros sobre o Jaime que tem uma avó super especial.
a ilustração é deliciosa e ternurenta e nas páginas onde não há textos as pessoas leitoras (crianças ou adultas) podem aproveitar para conversar sobre os meninos que querem ser sereias [o Jaime é uma sereia] ou sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo [o Jaime no casamento]. a edição destes livros está a cargo da fábula.
No armário alentejano ao fundo do corredor, estão guardados, dobrados, pendurados, os vestidos do Tiago.
a autora Joana Estrela presenteia-nos com um livro pequenino em tamanho e gigante em ternura e colorido. o livro os vestidos do Tiago está à venda na livraria aberta (que fica na rua do paraíso, não é incrível?).
Estes são os meus pais: o Pedro e o Paulo. Fui viver para casa deles quando era muito pequenina. Não me lembro, mas contaram-me. Eu tinha 7 anos quando o Pedro ficou sem emprego durante um ano e durante esse ano fez muitos desenhos.
Manuela Bacelar escreveu e ilustrou este livro editado pelas edições afrontamento em 2008. foi a Júlia Martins (da equipa PNL2027) que me apresentou a história da Maria dos 7 aos 8 anos. ficou curioso/a? toca a visitar a biblioteca da sua zona para conhecer este livro.
conheci estes livros de Alice Oseman na apresentação do mais recente catálogo PNL2027. heartstopper está publicado em Portugal pela Cultura Editora e fala de amor, de paixão, de dúvidas, de brigas, de estudo (e da falta de vontade para estudar) e também de homossexualidade.
Caroline Arcari escreveu e Guilherme Lira ilustrou o livro Quem disse? que me chegou às mãos através de uma partilha feita pela sexóloga Vânia Beliz. é um excelente livro para perguntar e responder aos "quem disse que é assim ou assado":
Quem disse, Andreza, que menina só se fantasia de princesa? Quem disse, Lelê, que menino não brinca de ser pai de um bebê? Nesse livro, a rima de Carol e as ilustrações de Gui conseguiram se encontrar, trazendo novas possibilidades de brincar, ser e sonhar.
comprei este título há muitos anos num arraial pride em lisboa. o livro é assinado por Wieland Pena e Roberto Maján e a edição é da responsabilidade da eraseunavez e ILGA Portugal.
Não podes escolher a pessoa por quem te vais apaixonar. Pode ser um menino ou uma menina, pode ter cabelo louro ou moreno, pode gostar de ler ou jogar.
o coelho Marlon, a quem a família chama de CEU conhece um coelho muito especial, o Xavier. saltitaram muito juntos e apaixonaram-se. porém, o Percevejo Fedorento não aprovava aquela relação tão especial. na minha opinião, as pessoas que não se opõem a que dois coelhos como o Marlon e o Xavier se casem e saltitem juntos para sempre podem mesmo ser chamadas de qualquer coisa Fedorentas.
a edição do livro está a cargo da Cultura Editora.
a editora eterogémeas é uma caixinha de boas surpresas. este livro, o que é um homem sexual?, assinado por Ilda Taborda e o Gémeo Luís, com contributos de várias pessoas como Ana Tato, Júlio Machado Vaz, Teresa Lapa.
Este livro, editado com o Colégio Primeiros Passos no Porto, é para ler nas entrelinhas, para oferecer as primeiras palavras a uma conversa, para descongelar o medo de falar disto e daquilo, para ser lido em família, à lareira, no jardim, ao adormecer, pelos maiores e pelos mais pequenos, para brincar e aprender a ler outros livros, é uma pequena quantidade de matéria-prima para uma primeira conversa e para todas as que se seguirem. Não é um manual mas pode estar sempre à mão, é para oferecer tempo, se ele for escasso para conversar.
além de ser um livro bonito por dentro, é um livro bonito por fora. a boniteza está nas cores da capa, das guardas, das ilustrações, bem como nas perguntas e respostas que por lá encontramos, página após página.
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outros livros que a Luísa me recomendou, mas que não tenho nas minhas estantes: Oliver Button é uma menina, Menino Menina, A história da Júlia, Matias Mondragão e o Vestido Tangerina e el niño perfecto.
- de forma muito simples respondo que o Clube serve para perguntar. "ora, mas isso eu já faço todos os dias." - não tenho dúvidas e essas perguntas de todos os dias são muito válidas, porém nem sempre prestamos atenção às mesmas. no #ClubeDePerguntas treinamos a atenção às perguntas que já fazemos e perguntamos novas perguntas a partir dessas. também inventamos perguntas novas a partir das coisas de todos os dias.
os desafios do #ClubeDePerguntas permitem uma prática consistente do perguntar, tornando os seus membros em pessoas que comunicam com mais clareza. através do Clube são apreendidas ferramentas que permitem um entendimento mais profundo do mundo que nos rodeia.
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ao tornar-se num membro do #ClubeDePerguntas receberá no início do mês um desafio para praticar o perguntar. esse desafio dar-lhe-á oportunidade de colocar em prática o pensamento crítico e o pensamento criativo.
📌 na última semana do mês é agendado um encontro via zoom para partilha do exercício entre os membros do Clube. em fevereiro reunimos no dia 24, quinta-feira às 21h.
📌 há lugar ao pagamento de subscrição mensal. saiba mais neste formulário.
eis uma repreensão comum: a criança porta-se mal e não vai ao recreio, ficando na sala "a pensar no que fez" ou "a pensar na vida".
hoje convido-o/a para pensar nesta frase - e note que não se trata de um castigo ou de uma repreensão, mas de um convite honesto para pensar sobre estas palavras.
tenho dúvidas que quando a criança se porta bem haja a mesma atitude: "agora ficas aí a pensar na vida".
só temos de pensar na vida quando erramos ou fazemos algo que vai de encontro ao que esperam de nós?
pode o pensamento ser associado ao reconhecimento de uma atitude que valorizamos e que promovemos?
podemos adoptar palavras como "agora vamos pensar sobre o jogo" ou "agora vamos pensar sobre o que lemos?"
será que a associação do pensar a uma repreensão cria resistências por parte das crianças sempre que ouvem que vão fazer uma oficina de pensar (como as oficinas de filosofia)?
e o/a leitor/a que está aí desse lado do écran: associa o pensar a um castigo ou a uma recompensa? partilhe o que pensa nos comentários ⤵️
já está disponível o fórum "parar para pensar" na revista dois pontos, propósito do tema da revista #8 sobre os avós.
vamos praticar o parar para pensar? basta clicar aqui.
"Aqui, nós aprendemos o que as coisas são, o que são as palavras. andamos a ver o que existe, o que é real, explicamos as palavras e as perguntas!", diz Marco, um dos alunos participantes na Oficina do Platão, experiência que já funciona há 3 anos e que estimula, a FORUM comprovou ao vivo, o poder de debate e de argumentação, bem como a tolerância.
Mariana, Catarina, Diogo, Francisco, Carlota, Laura, Rita, Sofia e Mário, todos entre os 11 e os 13 anos, frequentam esta oficina de filosofia que pretende ser “um espaço e um tempo para parar para pensar, treinar o olhar crítico, explorar possibilidades e investigar - em conjunto”. “Fazemos perguntamos, damos respostas, às vezes fazemos jogos, pensamos”, resume Mário sobre a ordem de trabalhos.
“Nas oficinas, procuramos identificar problemas, sob a forma de perguntas, para investigar em conjunto”, explica Joana Rita Sousa. Este trabalho pode partir da leitura de um texto ou de uma notícia de jornal, por situações vividas pelos participantes ou até imagens ou vídeos. A partir daí, explica a mentora desta oficina, constroem-se “condições para o diálogo, estabelecendo algumas regras, como por exemplo, para falar, pedimos a palavra”.
para ler na íntegra na revista Fórum Estudante.
nota: neste artigo eu digo que "não há uma grande preocupação com respostas certas ou erradas, mas mais com as perguntas: os problemas”. parece uma afirmação contraditória com este meu posicionamento - mas não é.
trata-se de uma frase apelativa e que convida todas as pessoas a arriscar respostas. porém, exige algum enquadramento e por isso convido à leitura deste artigo para o qual convido Alves Jana, Jose Barrientos Rastrojo e Peter Worley para a roda do diálogo.
recorda-se da #FilosofiaAoVivo? as lives no instagram que também estavam disponíveis em audio no twitter? pois é, o projecto ficou na gaveta algures em abril 2021, pois precisava na altura de dar prioridade a outras tarefas. continuou na lista "To Do / To Think" e estava a precisar de um empurrão para avançar.
esse empurrão chegou pelas mãos do jornalista Lucas Rohan e do seu Primeiro Café, um projecto de jornalismo independente.
assim, a partir de 8 de Fevereiro há #FilosofiaAoVivo n' O Primeiro Café.
para conhecer este projecto visite o website onde encontra os links para as redes sociais (instagram e twitter).
durante o 1.º semestre de 2022 é possível frequentar acções de formação na área do diálogo filosófico, pensamento crítico e criativo, filosofia para/com crianças e jovens [parceria Bertrand Livreiros]:
- Oficina (online) | A perguntar é que a gente se entende. A “arte” de fazer perguntas
- Oficina (online) | Pensar DENTRO da caixa – criatividade no dia-a-dia
- Oficina (online) | Dialogar na sala de aula: transformar a sala de aula numa sala de pensar
- Oficina online | O papel do diálogo criativo na formação de crianças perguntadoras
- Oficina online | Ferramentas de pensamento crítico para o diálogo
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se procura acções de formação "à medida" dos seus interesses ou da instituição de ensino onde trabalha, contacte-me através deste formulário.