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filosofia para/com crianças e jovens | mediação cultural e filosófica | #ClubeDePerguntas | #LivrosPerguntadores | perguntologia | filosofia, literatura e infância

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29 de Outubro, 2021

4.ª edição do festival de filosofia de abrantes

- comemorações do dia mundial da filosofia

joana rita sousa / filocriatividade

 

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Cidades e mundo enfrentam os mesmos problemas e todos somos parte na sua resolução: ambiente e sustentabilidade, desemprego, mobilidade, habitação, migrações, confronto de culturas… porque no essencial todos somos urbanos e estamos todos ligados, local e global, indivíduo e humanidade.

A arte foi vista durante séculos como mero elemento decorativo, de homenagem ou reportório museológico a céu aberto, na sua relação com a arquitetura, o urbanismo e o paisagismo, disciplinas centrais na reforma da cidade. A arte pública contemporânea exprime os anseios dos movimentos sociais e suas relações de forças, posiciona-se como contrapoder, é participativa e crítica e elemento de atratividade. Por isso deve ser relevante nas políticas ou projetos de cidade.


Cidade é forma e significado. É rede de redes: de estruturas, pessoas, interações, interdependências, experiências, contextos, sensações, sentidos. É o infinitamente complexo espaço do quotidiano e do imaginário, catalisador de cultura e resultado da história. É lugar do indivíduo e da pluralidade, espaço de liberdade e reflexo da ordem social e de valores.

A aceleração da mudança pode transformar as cidades em megalópolis ou em desertos, gerando crises identitárias. A cidade pode ser lugar de especulação desenfreada, mercantilização, gentrificação, consumismo fútil, depressão e abandono, desvalorização da dimensão social do urbano e dos espaços da esfera pública, sem condições para a genuína criação individual e as interações não mercantilistas.

Arte e urbanismo devem ser os elementos críticos e criativos geradores dessas interações e recriação de vínculos. Intervenções artísticas e urbanísticas serão parte de projetos e processos de reestruturação e desenvolvimento, identificando linhas de força e mobilizando intervenções transformadoras.

Nas suas contradições a arte é sempre crítica e sistema, criação e destruição, valor e mercadoria, exclusividade e massificação, utopia e alienação. As fragilidades da arte são também a sua força, ajudando-nos a compreender as nossas contradições e a facilidade com que tudo o que é inovador é rapidamente ultrapassado.

Ao produzir a representação estética da cidade, o artista proporciona-lhe, no confronto com a realidade, a reflexão sobre o seu éthos, isto é, um sistema de valores, ideias e crenças. Ou seja, um sentido crítico que corporiza o valor social da arte.
O maior valor da arte é a luta pela liberdade. Aos artistas cabe continuarem a criar, gerando as suas criações na tensão dialética entre a sua realidade e o contexto social.

 

fonte: Biblioteca Municial António Botto

programação da 4.ª edição do festival de filosofia  disponível AQUI

 

29 de Outubro, 2021

como ver coisas invisíveis

- um livro para pensar e exercitar a imaginação e a criatividade

joana rita sousa / filocriatividade

confesso que esta publicação não é de todo isenta: já há muito que sou fã da Dina Mendonça, da Isabel Minhós Martins, da Madalena Matoso e da Planeta Tangerina. só por isso e sem ter o livro nas mãos eu iria recomendar, na hora, a sua leitura. 

uma vez com o livro nas mãos só posso reforçar a minha recomendação de leitura a crianças e jovens, às famílias, às pessoas educadoras e professoras.  

 

o convite, a utilidade, o trampolim 

como ver coisas invisíveis estende-nos um convite para mergulhar nos mundos da imaginação e da criatividade, partilhando o que algumas pessoas pensaram sobre esses temas e sugerindo exercícios para podermos imaginar e criar.  

o livro é útil para alguém que pretende trabalhar o processo criativo (esteja ou não ligado à educação) e também para quem procura actividades de prática de "ver coisas invisíveis" em casa ou na escola. 

pode funcionar como uma espécie de manual e de trampolim, ao mesmo tempo: há várias sugestões de actividades que podemos colocar em prática (manual) e essas mesmas sugestões, assim como as ilustrações e todo o objecto livro em si são fonte de inspiração para criar outras actividades e pensar em provocações filosóficas (trampolim)

outro elemento que aprecio no livro é a partilha que Isabel e Madalena fazem do próprio processo de criação do livro (pp. 234-240). desta forma a as autoras convidam-nos a mergulhar no seu próprio processo criativo que inclui altos e baixos, certezas e dúvidas, ignorância e conhecimento. 

 

uma frase [provocadora]

assim que comprei o livro naõ resisti a devorá-lo: fiz uma leitura panorâmica, vi o índice,  cheirei as páginas e contemplei as ilustrações. num segundo momento, fiz uma leitura lenta, capítulo a capítulo. já tenho algumas dobras no canto da página e já sublinhei algumas palavras. há muitas frases provocadoras e perguntadoras. decidi escolher esta para partilhar consigo, aqui no blog:

"No dedo mindinho também existe pensamento." (p. 92)

 

*

a mais recente obra de Isabel Minhós Martins e Madalena Matoso conta com uma equipa de consultores da qual faz parte, além da já mencionada Dina Mendonça, Paulo Pires do Vale e Patrícia Correia. 

 

*

 

[se pretende comprar este livro considere fazê-lo na wook, entrando na livraria online através do meu link afiliados.

desta forma está a apoiar a filocriatividade e os conteúdos que aqui partilho. 

obrigada.]

 

 

como ver coisas invisíveis está disponível na Planeta Tangerina