"A crise que conhecemos hoje é sintoma de uma grave patologia. A anamnese revela-nos que esta crise não veio ontem de um mercado longínquo, mas tem causas ecológicas, sociais e políticas mais profundas. O diagnóstico: não estamos a ser atingidos, hoje, de forma igual. O prognóstico: se amanhã fizermos como fizemos ontem, novas pandemias ou outros riscos globais continuarão a surpreender-nos. O remédio é uma mudança radical do nosso modo de vida. Mas como?
Questões muito antigas são agora refeitas e as respostas não podem ser as mesmas de antes: quem sou eu e o que quero ser? qual o meu lugar, na minha comunidade, na minha cidade, no meu país, no mundo, no universo? em que sociedade vivo e para onde esta caminha ? do quanto da minha liberdade posso abdicar, por respeito? do quanto, daquilo de que usufruo, posso privar-me, por solidariedade? quantos dos meus direitos podem ser restringidos, por segurança? quem está protegido, "imunizado", mas quem está vulnerável, invisível, abandonado? que valores são promovidos e que valores são desprezados? o que é o bem-comum, a felicidade, o medo, a vida e a morte? como vivo, qual o sentido da vida e como quero viver
São estas as questões a que iremos dedicar 8 diálogos com grandes intelectuais dos nossos tempos que, no contexto de um reflexão crítica sobre a crise pandémica, nos convocam, a cada um de nós, a refletir sobre como podemos assumir um papel decisivo na construção de um novo mundo, um mundo diferente do que era antes - para não voltar ao "normal". Esses diálogos serão acompanhados por uma ampla participação do público.
A pandemia, crise sanitária, emerge de uma constelação multidimensional de outras crises, todas interligadas entre si, que serão o tema dos diálogos: crise ecológica, crise do Estado Social e da saúde pública, crise político-jurídica, crise económica, crise laboral, crise social e crise de solidariedade."
Para saber mais sobre este projecto, Filo-Lisboa 2020, visite o website.
Nos dias 14 e 15 de Novembro de 2020, há diálogos online das 15h às 19h30.