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filosofia para/com crianças e jovens | mediação cultural e filosófica | #ClubeDePerguntas | #LivrosPerguntadores | perguntologia | filosofia, literatura e infância

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24 de Agosto, 2020

[novas datas] oficina A perguntar é que a gente se entende

para pessoas interessadas em aprender sobre a arte de fazer perguntas

joana rita sousa / filocriatividade

 

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A pergunta é a porta de entrada para tantas coisas na nossa vida. Quando conhecemos alguém pela primeira vez perguntamos: “Como se chama?”. Depois segue-se o “Como está?” e a conversa de circunstância que começa com perguntas.

No quotidiano precisamos de perguntas para trabalhar, para estudar, para nos relacionarmos com os outros à nossa volta. Como fazer perguntas simples? O que fazer para tornar as perguntas mais claras?

 

Nesta oficina vamos praticar a pergunta, exercitando o pensamento crítico e o pensamento criativo, bem como o pensamento colaborativo.

 

A quem se destina? A entrada é permitida a quem quer perguntar.

 

 Tópicos:

  • O que é uma pergunta?
  • Como perguntar de forma simples?
  • O que torna uma pergunta clara e distinta?
  • O que pergunta uma pergunta?

 

 Autores de referência:  René Descartes, Platão, Edward de Bono, Robert Fisher

 Duração: 10h (sessões síncronas e assíncronas) 

 Funcionamento da oficina:  Haverá sessões online, via zoom e síncronas, para a parte mais teórica da formação e para permitir o pensamento colaborativo e trabalho em grupo.

Também vamos trabalhar colaborativamente através da Google drive, havendo acompanhamento de trabalho através da Google classroom.

 

 Sobre a formadora:

Joana Rita Sousa é filósofa, formadora e mestre em filosofia para crianças. Trabalha na área da filosofia aplicada desde 2008.

 

 Calendário: 

1.ª sessão síncrona 2h – 17 de Agosto, quinta, 18h30/20h30

2.ª sessão assíncrona 2h

3.ª sessão síncrona 2h – 24 de Setembro, quinta, 18h30/20h30

4.ª sessão assíncrona 2h

5.ª sessão síncrona 2h – 1 de Outubro, quinta, 18h30/20h30

 

 

Informações e inscrições junto da Bertrand Livreiros

24 de Agosto, 2020

Dark e o eterno retorno de Nietzsche

- artigo de Leandro Raphael

joana rita sousa / filocriatividade

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Série de grande sucesso da Netflix, Dark nos surpreende com suas diversas reflexões acerca do modo como nos relacionamos com o tempo, com as nossas escolhas e percepções diante da vida. Ao longo da estória, as personagens se envolvem em diversas situações dilemáticas e conflitantes, nos levando a pensar sobre como nós agiríamos se pudéssemos modificar o passado, o presente e o futuro.

Do ponto de vista filosófico, por exemplo, muitas questões podem ser observadas ao longo das três temporadas e filósofos como Zenão, Heráclito, Platão, Kant, Nietzsche e tantos outros, facilmente identificados. Desta forma, a série Dark apresenta-se como fonte fecunda de pensamento e indagação a respeito das leis da física e da natureza humana, partilhando teorias e ideias advindas de grandes pensadores como é o caso de Nietzsche e o seu conceito de eterno retorno. Mas, o que significa “eterno retorno”?

 

 

...”Esta vida, como você a está vivendo e já viveu, você terá de viver mais uma vez e por incontáveis vezes; e nada haverá de novo nela, mas cada dor e cada prazer e cada suspiro e pensamento, e tudo o que é inefavelmente grande e pequeno em sua vida, terão de lhe suceder novamente, tudo na mesma sequência e ordem – e assim também essa aranha e esse luar entre as árvores, e também esse instante e eu mesmo. A perene ampulheta do existir será sempre virada novamente – e você com ela, partícula de poeira! Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasse assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal em que respondereis: “Tu é um deus, e nunca ouvi nada mais divino!”

- Nietzsche, Gaia Ciencia, §341

 

 

Como se pode observar, Nietzsche nos convida a reavaliar a forma como nos posicionamos diante da vida e encaramos nossa existência, ou seja, aceitamos a vida como ela se apresenta, com suas dores e alegrias, ou vivemos em negação, fugindo de tudo? Desta forma, o conceito de eterno retorno nos serviria para repensarmos o modo como percebemos a vida, já que tal possibilidade, de repetição eterna dos acontecimentos, nos provocaria para tal reflexão.

Mais do que uma metáfora para avaliarmos a nossa postura diante da vida, o conceito nietzschiano também pode ser interpretado como possibilidade cosmológica para descrever o funcionamento cíclico do universo. Tal perspectiva, se fundamenta na ideia de que o devir temporal seria infinito enquanto a matéria do universo seria finita, ou seja, em algum momento, seja o tempo que isso levar, tudo inevitavelmente teria que se repetir no universo, inclusive as nossas próprias existências. Neste sentido, o conceito de eterno retorno também compreenderia aspectos físicos da natureza, algo que pode ser verificado no movimento cíclico dos astros, das estações do ano e assim traduzidos por vida e morte, dia e noite e tudo mais que se repete na natureza.

Na série, tanto seu aspecto metafórico, para se repensar posturas diante da vida, quanto sua dimensão cosmológica são explorados, nos colocando num verdadeiro labirinto que desafia o raciocínio lógico e mental. Desta forma, Dark caracteriza-se como excelente recurso para a compreensão de diferentes questões filosóficas, tais como: Somos realmente livres? Quais são os limites e as possibilidades de nossas ações? O que é possível para o homem conhecer? Quais são os impactos de nossas escolhas? Aceitamos a vida como ela é ou gastamos nosso tempo e energia tentando mudar tudo a nossa volta?

 

*

 

conheci o Leandro no instagram e após o seu LIVE sobre Dark e Nietzsche desafiei-o a escrever um artigo sobre o assunto para publicar aqui no blog. 

obrigada, Leandro!