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filosofia para/com crianças e jovens | mediação cultural e filosófica | #ClubeDePerguntas | #LivrosPerguntadores | perguntologia | filosofia, literatura e infância

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29 de Março, 2020

filosofia em tempos de pandemia

- filosofia e filosofia para crianças e jovens

joana rita sousa / filocriatividade

durante a semana passada partilhei algumas perguntas com investigadores, pensadores e filósofos sobre os tempos pandémicos que vivemos. algumas dessas perguntas referiam-se especificamente à filosofia para crianças. 

Walter Omar Kohan, Tomás Magalhães Carneiro, Jose Barrientos Rastrojo e Gabriela Castro partilharam as suas respostas através de um google form: em tempos de distanciamento físico, são os inúmeros recursos digitais que nos aproximam. 

 

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Nestas alturas, a filosofia pode servir de consolo? Porquê?

"Não gosto da palavra consolo. A filosofia pode ajudar em muitas outras coisas, por exemplo, a dar sentido ao momento.", diz-nos Walter Kohan. 
Na mesma linha, Tomás Magalhães Carneiro, professor de filosofia com crianças, defende que 
"se a filosofia tiver de chegar a servir de consolo, de alívio, já chegou tarde demais e aí não poderá servir de consolo. A filosofia deve preparar-nos para sermos capazes de evitar a necessidade de consolo. Não havia ninguém a consolar Sócrates quando este bebeu a cicuta. Ele é que consolou quem estava à sua volta."
 
"A pergunta é se a filosofia devia servir como consolo. Se o consolo é efectivo, poderia ocultar a crise e fazer com que voltemos para a vida anterior; mas não seria bom não consolar, deixar que a crise continue aberta e nos leve para o questionamento de partes do sistema. Provavelmente, algumas filosofias podem servir para consolar, mas repito: isso seria bom em todos os casos?" - eis a interrogação que nos deixa Barrientos Rastrojo. 
 

Por sua vez, Gabriela Castro não hesita: "A resposta é indubitavelmente SIM. Porque o ser humano é holisticamente pensante e pensador e o pensar sempre ajudou a humanidade a colocar a realidade em perspectiva e a propor soluções reais." E acrescenta, com algum humor qual seria a  resposta de alguém que não estuda filosofia:  "se a filosofia não serve para mais nada talvez sirva para pensar a pandemia".  

 

Têm alguma sugestão de temas ou de exercícios para permitir às crianças pensar sobre o que está a acontecer?

"De momento não trabalho com crianças, mas criámos um projecto com presos (Boecio epistolar) que poderia ser trabalhado com crianças. Eles podem escrever cartas para serem enviadas para crianças de México (onde vai o começar a crise) com os seus conselhos para superar a situação." (Jose Barrientos Rastrojo)

Gabriela Castro pede cautela nestas sugestões: "porque fazer isso sozinhas será desvirtuar a própria FpC. Vamos a ter calma e a sabermos o que estamos a fazer sob pena de ser maior o estrago do que o proveito."

Walter Kohan remete para o livro Alice no País das Maravilhas como provocação para o pensar, em família. 

Por último, Tomás Magalhães Carneiro defende que:

"Temos aqui uma boa oportunidade de espalhar um pouco mais o "vírus da filosofia". Acho que os exercícios e temas que costumamos utilizar nas nossas aulas [de filosofia para/com crianças] são adequados. Apenas ressalvo a importância de os adequarmos aos pais e às famílias dando-lhes directrizes de como os aplicar, como deverão dar espaço às crianças para pensarem em vez de encher esse espaço com as suas próprias ideias. O nosso papel, agora que estamos longe dos nossos alunos, deverá ser o de orientar os pais a serem também eles moderadores socráticos. São eles que estão "forçados" a estar com os seus filhos mais tempo do que é costume e muitos quererão aproveitar esses momentos para aprofundar ideias e conversas. a Filosofia aí pode ajudar, ou não fosse isso que andamos a fazer há mais de 2000 anos, a conversar uns com os outros."

 

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O que estão a ler os nossos entrevistados? E o que recomendam como leitura "pandémica"?

O Tomás está  a ler e recomenda "How to be a Stoic: Ancient Wisdom for Modern Times" do Massimo Pigliucci. A Gabriela lê Paul Ricoeur para preparar as suas aulas que acontecem via zoom.

Jose Barientos Rastrojo recomenda os textos de Séneca e de Marco Aurélio, advertindo que nem sempre têm um efeito tranquilizante. O professor da Universidade de Sevilha encontra-se a ler Han (O aroma do tempo), Grimes (Philosophical Midwifery) e Carlson (O sentido do asombro), livros que  ajudam a aprofundar  sobre a realidade profunda.

Walter Kohan recomenda o clássico Alice no País das Maravilhas. 

 

*

No blog Joana Rita ponto EU podem ler o artigo "Is living a pandemic quite different from thinking about the pandemic?", com o contributo de outros pensadores e investigadores. Boas leituras! 

 

29 de Março, 2020

língua gestual portuguesa e #covid19pt

joana rita sousa / filocriatividade

o projecto ouVER-te crescer nasceu há uns anos, quando a Susana e o João, pais do Tiago, um menino surdo, decidiram aprender língua gestual portuguesa para comunicar com o filho. 

conheci a Susana e o João nos cursos de LGP que fiz. depois, acabei por dar aulas numa AEC de filosofia na escola da Sarah, a irmã do Tiago. fui acompanhando este projecto que, agora, por motivos de isolamento social e distanciamento físico, conquistou o foco e o tempo da família.

há um canal de youtube e uma página de facebook, que podem acompanhar para aprender língua gestual portuguesa.

mãos à obra? 

 

29 de Março, 2020

filosofar em tempos pandémicos

joana rita sousa / filocriatividade

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através de um google form e das plataformas do ICPIC e da Sophia Network, pedi respostas a perguntas que me "assaltam" a propósito deste período pandémico, que envolve distanciamento físico e muitas restrições na nossa vida. 

 

estou neste momento a ler as respostas que me chegaram e a criar artigos para este blog e também para o blog da minha outra casa digital, o Joana Rita ponto EU