as oficinas de filosofia são espaços de investigação partilhada, onde se promove a liberdade e a responsabilidade, onde há regras assumidas e espaço para criarmos outras.
cabe ao facilitador moderar esse trabalho de investigação, proporcionando que se pratique e que se tenha consciência do "forward movement". por esse motivo é tão importante que o facilitador se prepare bem para estar disponível para avançar ao ritmo do grupo, dando ferramentas aos seus membros para tomar consciência desse ritmo, para compreender onde chegámos, de onde partimos e se temos um horizonte de chegada.
um dos trabalhos que faço para me preparar, enquanto facilitadora, é treinar o acto de perguntar. parto de livros (confesso que sou fã de livros infantis) ou de excertos de livros e proponho-me a fazer agendas de discussão em torno desses recursos. nesse exercício surgem muitas vezes ideias para criar um jogo ou um exercício que possa aplicar com as crianças e jovens, em contexto de oficina.
- ler o livro.
- começar a fazer perguntas a partir do que lemos ou do que vemos (ilustrações).
- desafio: começar com 10 perguntas (mínimo). avançar para a 11ª - quanto mais nos obrigamos a perguntar, depois de começar a ser mais díficil, mais possibilidades temos de aprofundar temáticas e perspectivas.
- as perguntas devem ser registadas nalgum tipo de suporte: eu gosto de usar papel e lápis ou caneta e de usar os mind maps.
- depois de ter as perguntas registadas, pode começar a perceber se há várias temáticas em jogo e procurar agrupar as perguntas (será que há perguntas que cabem em 2 ou mais temáticas?). também poderá ser uma altura interessante para começar a criar jogos em torno dessas perguntas: peça ajuda à sua criatividade!
*
este é um exercício que faço para me preparar para as oficinas e que me ajuda a ver possibilidades de trabalho e de interrogações que possam surgir a partir de um dado livro. por exemplo, pode ser útil para introduzir pontos de vista diferentes numa oficina. quanto mais o perguntar se encontra afinado por parte do facilitador, maior é a possibilidade de eu ser capaz de provocar o perguntar durante uma oficina - ou, diria, de manter níveis elevados de inquietação junto do grupo de trabalho.
nos próximos dias partilho aqui a agenda de discussão em torno do livro "quando a tristeza chama", de eva land, publicado na editora Livros Horizonte. subscrevendo este blog receberá um e-mail com esse e outros artigos que vou publicando.
se pretende explorar possibilidades de trabalho nesta área, se procura formação one-to-one na área da filosofia para crianças e jovens poderá contactar-me via e-mail: info@joanarita.eu