o nosso olhar sobre o I CICA - Congresso Internacional Interdisciplinar da Criança e do Adolescente
recentemente voei até Ponta Delgada, para marcar presença no I CICA. a iniciativa partiu do NICA: Núcleo Interdisciplinar da Criança e do Adolescente, da Universidade dos Açores e aconteceu a 21 e 22 de outubro.
durante dois dias a criança foi pensada sob os mais diversos prismas. houve comunicações livres dedicadas ao ensino da matemática, ao baby yoga, à filosofia para crianças, à literatura, à educação no pré-escolar (ou jardim de infância, como prefiro chamar). o programa foi intenso e valeu muito a pena a viagem - apesar do cansaço que um evento destes comporta.
tive a oportunidade de partilhar com os presentes duas experiências no âmbito da filosofia para crianças e que visam responder a algumas perguntas que tenho sobre... perguntas e o perguntar, no sentido do aprofundamento filosófico.
obrigada ao NICA pelo acolhimento desta proposta de comunicação - e pelo registo fotográfico do momento em que partilhei um pouco do meu trabalho.
ouvi ecos da Islândia, pela voz da professora Johanna Einarsdottir, que nos falou da transição entre o jardim de infância e o 1º ano do 1º ciclo. vi imagens de crianças a brincar na rua, com galochas e impermeáveis, bem quentinhas - tão distantes do que acontece na grande maioria das escolas portuguesas: basta uma pinga de chuva para não podermos ir ao recreio.
o professor Tomás Miranda Alonso partilhou connosco uma caminhada pelo desenvolvimento da filosofia para crianças e os seus contributos para o entendimento da criança. as crianças falam... mas será que pensam? - foi este o desafio que aceiou para uma comunicação que tocou pontos fundamentais no que ao pensamento crítico, criativo e cuidativo dizem respeito.
Marilyn Espe-Sherwindt veio dos Estados Unidos para partilhar o seu trabalho no âmbito da intervenção precoce. deu-nos os parabéns, pois para a investigadora Portugal é um modelo nesta área de actuação. a sua comunicação foi pontuada pela partilha de histórias que nos provocam o pensar e o sentir.
Maria Helena Horta apresentou o seu mais recente livro sobre linguagem escrita na educação de infância. foi um gosto ouvi-la falar sobre o papel do educador, de boas práticas e de comunicação.
Teresa de Vasconcelos marcou presença no primeiro dia do evento, com uma comunicação que elogiou o trabalho dos educadores de infância e assinalou alguns aspectos aos quais devemos ter cuidado, na educação dos nossos filhos e dos nossos alunos. pertinente, mordaz. para parar para pensar!
a Carla Gomes partilhou o seu projecto Oceans On, que está em construção e promete constituir-se como um olhar multidisciplinar sobre a infância.
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é sempre bom voltar aos Açores. foi no Faial que comecei a dar formação a professores e a educadores, em 2008. uns anos mais tarde estive em Angra do Heroísmo para comunicar e dinamizar uma oficina no âmbito da filosofia para crianças, a convite da Universidade dos Açores. foi lá que concluí a pós-graduação no passado ano lectivo - e é por lá que tenciono continuar a investigar.
esta viagem teve um bónus: o de voltar a estar com uma colega da faculdade, da licenciatura em filosofia, a Renata. foi bom recordar outros tempos e perceber que é sempre a filosofia a responsável pelos nossos encontros.
e depois, há este azul que não encontro em lado algum.