descobrir o mistério - ou como acontece a filosofia no 1º ano do 1º ciclo
nos primeiros dias de trabalho com os grupos, é importante que tenhamos contacto com algumas regras da aula de filosofia: que estamos ali para pensar, para partilhar as nossas ideias, que é importante o silêncio e o tempo de cada um para esse efeito, que é importante colocar o dedo no ar e esperar pela vez... é também habitual mostrar-lhes o ?
é comum, com as crianças mais novas, que o ? seja apontado como o mistério. pelo que indaguei junto deles, há uns desenhos animados nos quais o ? é apresentado como mistério. e hoje, assim aconteceu. estava a abrir a minha capa e eis que a I. viu a folha com o ? e exclamou: tens aí o mistério!
e pronto. estava dado o "mote" para o trabalho. estivemos a investigar o que é o mistério. neste diálogo, surgiu várias vezes o "adivinhar".
através de exemplos, uns que surgiram espontaneamente, outros que foram pedidos por mim, pensámos sobre o que é isso de pensar sobre qualquer coisa ou adivinhar qualquer coisa.
a I. deu o exemplo do jogo do telefone estragado, mas não sabia bem se nesse caso acontecia o pensar ou o adivinhar. lançámos o desafio de pensar sobre isto, ao grupo, e o diálogo que se seguiu foi mesmo muito interessante.
de tal forma, que a I. sugeriu que se fizermos o jogo podemos ver o que acontece: o pensar ou o adivinhar.
o diálogo foi rico e motivador. experimentámos o efeito do "porquê", uma coisa muito importante na filosofia e foi difícil - sentiram alguns dos meninos.
como estamos a trabalhar em grupo, tivemos a ajuda uns dos outros. pelo meio, houve muitos dedos no ar - uns para dar ideias, para dar perguntas sobre o trabalho que estavamos a fazer, outros para contar o que tinha acontecido ontem, para dizer que "na segunda-feira faço anos" e também os habituais pedidos para ir à casa-de-banho.
assim vai acontecendo a filosofia, com o 1º ano do 1º ciclo.