em agosto as oficinas #filocri vão abrandar, para dar lugar à escrita, à investigação - e ao descanso necessário para que se possam manter os níveis de qualidade no trabalho que é desenvolvido nas escolas, nos atl ou nos centros de estudo
agosto é também o mês de expectativa e de procura. de quê? da(s) escola(s) ou colégio(s) que possa(m) acolher o nosso trabalho no próximo ano lectivo, 2016/2017.
ainda não me saiu o "euromilhões" - entenda-se, ainda não encontrei a escola ou colégio que queira abraçar a filosofia para crianças e jovens para lá de um ano lectivo, "à experiência", nas AEC. é gratificante o trabalho de continuidade que um ano lectivo nos proporciona, mas depois falta aquilo a que chamo "a continuidade contínua" - e que consiste em acompanhar um mesmo grupo durante dois, três, quatro anos.
já tive a oportunidade de desenvolver esse trabalho - em parceria com uma educadora de infância, bem como com os grupos #philoTKD. e gostaria MUITO de repetir.
nos próximos tempos irei recuperar, aqui, alguns textos para que possam, desse lado, recordar algumas histórias das minhas aventuras no país das filosofices!
que venha agosto - e com ele, boas notícias para setembro.
- joana, tu devias ser professora. e de filosofia! - ah sim, perguntei. por que dizes isso? - é que tu explicas mesmo bem as coisas. - eu? mas vocês é que fizeram o trabalho todo. as ideias são vossas... bom, agora são de todos! - disse, apontando para as folhas no chão, com as ideias da oficina. - pois, mas só conseguimos dar essas ideias por causa das tuas explicações. das perguntas que tu fazes.
o Peter Worley publicou um livro com 40 exercícios para a sala de aula, exercícios para provocar o pensamento. finalmente tive tempo de o ler com atenção e de começar a levar alguns deles para as minhas oficinas de filosofia.
levei a "máquina do tempo" e o exercício "frases" - pág. 47 do livro 40 lessons to get children thinking. trabalhei com grupos com idades diferentes, entre os 5 e os 10 anos. tive o cuidado de dirigir o diálogo de acordo com as suas idades.
num dos grupos, entre os 7 e os 8 anos, acabámos por ter um segundo momento de diálogo sobre o exercício que nos levou a pensar sobre o que é adivinhar e procurar o sentido das coisas.
foram oficinas muito ricas, que assumiram rumos diversos, consoante os grupos, o exercício comporta muita incerteza para o facilitador, pois há várias possibilidades de trabalho a partir dele.
[eng]
Peter Worley wrote a book with 40 lessons to get children thinking, for primary teachers. finally i had the opportunity to read it and to choose some exercices to practise at my workshops
i took the time machine and the sentences exercice - page 47 from the book. i've worked with groups with different ages, between 5 and 10 years old. in a group with 7/8 years old we had a second momento to discusse the exercice, a week later. it drove us to think what is the difference between guessing (adivinhar) something and to look for / investigate (procurar) the meaning of things.
the workshops with the different groups, which took different directions, depending on the groups and their own dynamics. the exercise involves a lot of uncertainty for the facilitator.
"É estar dentro de alguma coisa e não conseguirmos sair. Às vezes sinto-me assim na escola, quando olho para as grades. Depois canto e sinto-me livre."
com a ajuda do jogo wonderponder, falámos acerca da liberdade e do que se sente quando estamos presos.
o grupo (entre os 8 e os 9 anos) falou acerca da imagem apresentada acima, muito curiosos por perceber quem é que estava mesmo preso: o rapaz de cabelo amarelo ou a rapariga de cabelo azul.
G., uma menina de 9 anos, partilhou que por vezes sente-se numa prisão, quando está na escola. há muros e grades à sua volta. sente-se livre quando canta.
[eng]
with the help of wonderponder, we talked about freedom and the feeling of being in jail.
the group (8-9 years old) talked about the image above, very curious about who was really stuck: the boy with the yellow hair or the girl with the blue hair.
G., a 9 years old girl, shared that sometimes she feels like in a jail, when she's at school. there are walls and grids around her. she feels free when she sings.