os cadernos da #filosofia: um espaço para escolher e para a liberdade
o Tomás Magalhães Carneiro foi das primeiras pessoas com quem me cruzei nestas lides da filosofia para crianças/filosofia aplicada. tem feito um trabalho extraordinário, que vou acompanhando através do seu blog e das redes sociais.
é comum eu enviar-lhe e-mails com dúvidas, com partilhas e com avisos: "Tomás, vou roubar-te esta ideia".
assim aconteceu com os diários da filosofia (ou cadernos da filosofia), cujo recurso conheci no IV sentir pensamentos | pensar sentidos, que organizei com a Celeste Machado na universidade do minho, em 2014,
desde então, os meus alunos têm que ter um caderno, só para a filosofia. e há duas regras para o utilizar: a primeira, é escrever a data do dia das aulas. a segunda passa por "fazeres o que quiseres". como assim?, perguntam os meninos.
sim, podes fazer o que TU quiseres no teu caderno. desenhar, copiar o que se faz no quadro, copiar só uma parte ou registar a aula à tua maneira. - é esta a minha resposta. "então e posso não fazer nada?". sim, respondo, podes não fazer nada no caderno. tu és responsável por esse espaço que tens, podes mesmo fazer o que quiseres.
há uma estranheza perante tamanha liberdade. e um gosto, um prazer em escolher o que vão deixar registado no caderno.
além disso, o caderno cria rotinas no início e no fim da aula (alguém distribui, alguém recolhe). e torna, de certa forma "física" uma actividade que é abstracta e acontece no mundo dos pensamentos.