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28 de Maio, 2015

brincar!

joana rita sousa / filocriatividade

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"O Dia Internacional do Brincar celebra o artigo 31º da Convenção sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas, reforçando que Brincar é um direito. Relembra que o Brincar é uma fonte inesgotável de alegria, uma atividade fundamental para o desenvolvimento do ser humano, essencial para a saúde física e mental."

 

“O que eu prevejo não é um evento ou série de eventos, nem nada que envolva preparativos dispendiosos (ou presentes caros). A essência do Brincar é infantil. É o que todas as crianças fazem naturalmente. O “Dia Internacional do Brincar” deve ser um dia de atenção total ao outro, entre gerações. Um dia no qual as crianças e os adultos fazem o que querem. Um dia relaxante, que enfatiza as relações interpessoais. Não é preciso parar o mundo por um dia. Nós brincamos e jogamos na nossa casa, escola ou local de trabalho. Talvez esteja a descrever uma atitude e não uma atividade. Um dia divertido, que estimula a interação entre adultos e crianças, promovendo o crescimento saudável de ambos. Se todos conseguirmos fazer isto, todos os anos no mesmo dia, em diferentes partes do mundo, teremos o Dia Internacional do Brincar”. 

 

fonte: IAC  

28 de Maio, 2015

Assim assim, talvez, depende ou mais ou menos. E o sim ou não, de Diógenes.

joana rita sousa / filocriatividade

Os dias quentes chegaram à aldeia. Finalmente, diga-se de passagem. Já tínhamos saudades do calor e, sobretudo, das noites quentes. Como dizia um amigo, o Pedro, o bom dos dias de muito calor traduz-se mesmo nas noites quentes, que permitem estar na rua até às tantas a filosofar com os amigos e um copo de vinho.

Numa dessas noites tive a visita do Diógenes de Sínope. Uma figura controversa na aldeia (e fora dela, diga-se de passagem). É conhecido por andar pelas ruas da aldeia, em pleno dia, com uma lanterna acesa, à procura da humanidade. É ireverente e conhecido por viver numa ânfora de barro e de ter consigo um ou dois pertences. Há quem diga que ele, simplesmente, não tem vergonha na cara. Para mim, é um verdadeiro provocador. As suas provocações têm como fim último levar-nos a colocar em causa aquilo que tomamos como dado adquirido.

Boa noite, Diógenes, senta-te e toma um refresco, disse-lhe quando o vi aproximar-se da minha rua. Vinha acompanhado de Crates, o seu discípulo a quem chamávamos de Abre-Portas; tal “alcunha” devia-se ao facto de ter o hábito de entrar pelas casas adentro, sem tocar à campaínha, para partilhar as suas frases. Quando vejo o Crates nas redondezas, deixo logo a porta encostada, para lhe poupar trabalho.

Diógenes, o que achas disto? Imagina que o mundo é dividido em dois grandes grupos: o grupo dos paralisados e o grupo dos precipitados. Os primeiros são aqueles que simplesmente não manifestam qualquer tipo de pensamento, que se fecham em conchas e erguem muros à sua volta. «Não incomodar», é a inscrição que eles têm à porta.

[Diógenes olhava para mim com um ar curioso, enquanto Crates se deliciava com uma bebida fresca]

Já os precipitados têm sempre qualquer coisa a dizer sobre o que quer que seja. Parecem aqueles meninos e meninas na sala de aula que, ainda nós estamos a começar a pergunta, já têm o braço no ar para responder. Queria tentar perceber se era possível encontrar pessoas que fossem uma espécie de caminho do meio entre os paralisados e os precipitados.

Não sou a pessoa indicada para te ajudar, Joana, bem sabes como ando por aí fora em busca de homens e só encontro desperdícios, desabafou Diógenes. Não me contento com respostas do tipo talvez, depende, assim assim ou mais ou menos. Acho mesmo que a vida fica muito complicada quando há hesitações e cinzentos entre o preto e branco. Dificulta-nos a vida e faz-nos pensar em demasia.

A conversa continuou, assumindo um registo de humor tão característico de Diógenes. Quando se acabou o refresco, acabou-se a conversa. Não quero ficar com sede, por isso volto amanhã para conversar, disse-me Diógenes. Encolhi os ombros e disse até amanhã. Ele e Crates seguiram, em silêncio, pela rua fora. Arrumei a mesa que tinha no quintal e troquei a conversa por um livro.

Há uma história curiosa sobre Diógenes: uma vez, ele ia a entrar no teatro, já a peça estava no final. Cruzou-se, assim, com as pessoas que iam a sair. Alguém lhe perguntou Diógenes, porque entras em contracorrente?. E Diógenes respondeu de forma simples, Ora, para que todos possam compreender o que fiz durante toda a minha vida.

 

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crónica originalmente publicada na revista online Papel

 

 

28 de Maio, 2015

a filosofia serve para resolver problemas, não é?

joana rita sousa / filocriatividade

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a K. pediu para falar comigo a sós. procurámos um sítio na escola para conversar.

K: Joana, a filosofia serve para resolver problemas, não é?
eu: sim, também.
K: é assim, eu tenho um problema e acho que a conversar contigo posso resolver.

e estivemos as duas à conversa. acho que a K. vai conseguir resolver o problema dela - hoje, não, mas nos próximos dias. 

é que esta coisa do sentido da vida não é uma coisa que se resolva assim, de um momento para o outro