eu nunca tinha pensado nisso. nisso de estar num palco TEDx.
podem ouvir AQUI!
(as fotografias são do Ricardo Forna - TEDxLisboa)
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eu nunca tinha pensado nisso. nisso de estar num palco TEDx.
podem ouvir AQUI!
(as fotografias são do Ricardo Forna - TEDxLisboa)
diz o pai:
«a sra é a professora de filosofia? a minha filha diz que a sra transforma uma simples pergunta num jogo!»
"vá lá meninas, vamos lá arrumar as coisas para ir embora e eu fechar a sala. os pais já estão à vossa espera lá em baixo"
" oh professora, o meu pai chega sempre mais tarde, não tenho pressa"
"está bem, M., mas tenho eu"
(no recreio)
"professora, professora, anda brincar connosco."
"e vamos brincar ao quê?"
"às aulas. vamos ter uma aula de filosofia. eu sou a professora e tu és aluna, está bem?"
"real? para saber que uma coisa é real tenho que sentir. mas pode ser de duas maneiras: por exº, eu caio e bato com o braço. eu sinto. outro exº é se a minha namorada disser que já não gosta de mim... eu sinto isso, mas não é como o exº do braço."
bom natal a quem é de natal, bom dezembro a quem é de dezembro, boa semana a quem é de semana.
e que 2015 vos sorria
já sabem: se precisarem de uma formadora (filosofia para crianças / criatividade), de uma consultora ou gestora de redes sociais... estou à distância de um e-mail.
saúde e trabalho são os votos para que 2015 (me) sorria!
já há muito que os meninos se habituaram a ver os meus apontamentos no quadro, numa forma circular. é a minha forma natural de tomar notas - e no quadro não é excepção.
numa sala de 2º ano, na última aula do 1º período, perguntei o que era um mapa, para poder com eles desenhar o mapa das aulas de filosofia. eles já sabem muitas coisas sobre mapas - e descobrimos que sabem muitas coisas sobre filosofia... sobretudo que "estamos à procura de saber o que é a filosofia"
surgiu uma pergunta: "e por que é que fazemos um mapa das aulas, Joana?"
"M., para em Janeiro não nos perdermos e sabermos qual foi o nosso caminho até agora"
o espreguiçar - uma técnica da Dina Mendonça que adoptei no início do ano lectivo - é uma das coisas que os meninos associam a esta aula. "só espreguiçamos na filosofia"
trabalhamos em perguntas, aprendemos o ponto de interrogação e percebemos como é que aprendemos a trabalhar na filosofia.
sendo este um dos grupos com mais problemas de comportamento e com piores resultados ao nível da avaliação, fiquei muito contente por saber que - apesar disso - muito daquilo que são as aulas, as suas rotinas e - sobretudo - os seus processos, começa a ficar interiorizado no seio do grupo.
já no quarto ano, o processo acelerou para a construção do mapa das aulas, com um grupo de alunos super atento, a tirar notas nos seus diários da filosofia (obrigada Tomás Magalhães Carneiro, pela dica super preciosa!)
foram tantas as ideias que o quadro não chegava... foi muito bom ver que os meninos reconhecem uma mudança de comportamento, no sentido de trabalharem mais em equipa e dialogarem em conjunto. "aprendemos coisas que não sabíamos antes"; "resolvemos problemas" e ainda "descobrimos realidades dos colegas" - o F. referia-se ao facto de termos conhecido, numa das aulas, os brinquedos preferidos uns dos outros.
os mind maps - tal como Buzan os concebe - devem ter desenhos e símbolos. estes têm "palavras a mais", como costumo dizer. mas é uma forma de começar a interiorizar outras formas de tomar notas e de organizar o nosso pensamento. e de pequenino...
"meus amigos, a partir de agora quem me tratar por professora será tratado por aluno ou por aluna"
"porquê?", perguntaram quase em coro.
"amigos, a mãe Sabel não me deu o nome de professora. mas sim joana rita"
(e eis que o D. levanta o braço e diz:)
"sim, mas também posso tratar-te por franjinhas, é o teu nome gestual, não é?"
joana: vamos lá então pensar e avaliar o nosso comportamento!
M.: vai haver surpresa para quem se portar bem? trouxeste rebuçados?
joana: não, M., não há rebuçados. há abraços, pode ser?
M.: pode ser, pois. (e vira-se para trás, para os colegas e diz, em alta voz) a professora joana não trouxe rebuçados, mas diz que dá abraços!
*
G.: professora Joana, cheiras tão bem!
joana: obrigada, B.
G.: adoro o eu cheiro natural.
joana: er... bom, eu uso um perfume...
G.: ADORO o teu perfume!
*
B: joana, és uma professora super cool!