"professora, alguma vez vais corrigir alguma coisa durante o ano todo?"
pergunta-me o F. (3º ano), que ainda se está a adaptar ao facto de, nas aulas de filosofia (para crianças), não perseguirmos UMA resposta certa, mas sim as possibilidades de resposta, o aprofundar das questões, a busca dos conceitos e a clarificação daquilo que se diz.
é um trabalho demorado, pausado, onde o saber (e o sabor) está no processo - e não propriamente no resultado.
há dias, a L. (4º ano) dizia-me que não conseguia dizer bem o que aprendia nas aulas. "acho que não aprendo nada, não aprendo português nem matemática. estamos aqui a trabalhar perguntas e a pensar nas coisas."
após consultar o Tomás Magalhães Carneiro - que me cedeu a sua ficha de auto-avaliação - construí uma grelha de critérios que vão servir de avaliação desta AEC - uma actividade de ENRIQUECIMENTO curricular.
perante a ficha de AUTO-avaliação, a reacção "normal" foi: "mas e depois vais corrigir isto?"
falamos sobre o que é avaliarmos o nosso próprio trabalho, o sentir, o estar, o pensar durante as aulas. e até lhes pedi que me avaliassem. parece que eu até me porto bem e grito pouco - "só mesmo quando nos portamos muito mal. mas primeiro pedes sempre se faz favor".
e sim, houve umas meninas que optaram por assinalar a sua auto-avaliação com corações, em vez de bolas, cruzes, um visto ou uma estrela.