neurociência, sala de aula, educação de surdos e inclusão
no passado dia 7 de Março, o IDEPH organizou uma conferência subordinada ao tema das neurociências, ciências cognitivas e educação. o encontro contou com a participação de Judy Willis que nos falou sobre alguns aspectos relacionados com
o cérebro, a aprendizagem e o ensino,
princípios básicos das neurociências,
estratégias para cativar e manter a atenção dos estudantes,
o impacto da emoção no cérebro e a sua influência na aprendizagem
tivemos a oportunidade de aprender alguns modelos que nos permitem manter os níveis de prazer durante a aprendizagem, bem como permitir que a neuroplasticidade - o processo através do qual os pensamentos e acções modificam o cérebro - aconteça de forma consciente
como preparar o cérebro das nossas crianças para os desafios do futuro? - esta era a grande pergunta do dia. com as partilhas de Judy saímos da sala com algumas luzes e, sobretudo, pistas para desenvolver a nossa própria investigação e prática. o desafio passa pela tomada de consciência de que estamos a formar as nossas crianças para que sejam capazes de resolver problemas que ainda não existem.
como é que isso se pode fazer?
parece-me que só podemos educar/formar/ensinar [e aprender com] crianças capazes de resolver problemas que ainda não existem, se (e só se) as dotarmos de coisas como:
- capacidade de trabalho colaborativo, em equipa
- capacidade de receber informação e de estabelecer prioridades no valor dessa informação
- pensamento crítico: analisar, conceptualizar, aprofundar
- flexibilidade cognitiva
- organização e categorização da informação (e do conhecimento)
para isso precisamos de pais, educadores e formadores sintonizados neste "comprimento de onda" e por isso também eles capazes de trabalho colaborativo, de receber informação, de analisar, conceptualizar... e por aí fora.
foi um dia de trabalho, de partilha que terminou com um debate animado onde, mais uma vez - e permitam-me o uso do sentido crítico - as pessoas tentaram fazer-se ouvir, sem ter nada de substancial para dizer e onde pais acusaram professores e vice versa. parece-me que se perde tempo útil nesta conversa de "a culpa é..." em vez de irmos para o terreno e fazer qualquer coisa: investigar, praticar, experimentar, avaliar, dialogar
todos concordam: cada pessoa é um ser único e irrepetível, absolutamente diferente. a neurociência diz-nos que cada cérebro é diferente e único.
desafio: como é que a educação (ou o processo ensino-aprendizagem) pode, na prática, salvaguardar, cultivar e valorizar essa diferença?