«A primeira apresentação pública do Livro editado pela APEFP: Temas de Hoje, Temas de Sempre - educação, ética e filosofia prática, realiza-se no dia 24 de março, na cidade de Braga, nas instalações da Casa do Professor - Av. Central 106-110, pelas 18h 45m.»
Realizado por Vicente Alves do Ó, “Florbela” apresenta-nos a vida de Florbela Espanca (Dalila do Carmo), a poetisa portuguesa que quis «amar, amar, perdidamente». O filme faz-nos viajar até ao momento em que Florbela deixa o seu segundo marido, António Guimarães (José Neves), e volta a casar com Mário Lage (Albano Jerónimo).
Apeles Espanca (Ivo Canelas), o irmão, surge como o grande amor da sua vida, o pilar, o tecto, a janela, a porta da alma de Florbela; uma alma perdida a loucura de viver e o tormento. Tormento esse que se adensa após a morte de Apeles, num trágico acidente com um hidroavião, no rio Tejo.
«Escreve, Florbela» – é uma das frases que se ouve mais durante o filme. Um imperativo categórico que Florbela só consegue cumprir após um «apelo» do irmão, já morto. Na fronteira entre o sonho e a realidade, Florbela pega no lápis e começa a escrever. Não resiste à terceira tentativa de suicídio e aos trinta e seis anos abandona este mundo.
Florbela (ou Flor d’Alma da Conceição) não era uma mulher do seu tempo. Florbela ousava usar calças. Florbela casou e descasou, sofreu abortos e nunca teve filhos. Estava longe de pertencer ao Clube das Esposas Perfeitas e Dedicadas. Florbela não era feliz. «Não sei viver» – diz ela ao pai, após este a resgatar do fundo de um poço. Florbela amou, amou perdidamente. Florbela perdeu-se algures entre o ser e o tornar-se. Florbela é intemporal: pela escrita que nos deixou e pelas vidas que tocou.
O cinema português está de parabéns: esta obra brinda-nos com uma excelente realização e com um naipe de actores de grande estirpe, a quem a tela fica tão bem!
Realizado por Steve McQueen, “Vergonha” conta-nos a história de um homem bem sucedido, bem parecido, que foge à rotina do quotidiano através do sexo. Entre a sedução e a pornografia, entre o one night stand e a prostituição, Brandon (Michael Fassbender) vê-se encurralado pela visita “súbita” da irmã, Sissy (Carey Mulligan), que lhe “invade” o apartamento em Nova Iorque.
Brandon não vê para lá do imediato prazer. Acumula revistas pornográficas. Acumula vídeos no seu computador. Brandon é um ávido consumidor de sexo. De mulheres. De si mesmo. De homens. Do sexo pelo sexo. Sem emoção, sem compromisso, sem entrega que vá para lá daquela noite.
É entre um borrego mal assado e um copo de vinho que Brandon vislumbra algo mais do que o seu dia-a-dia de imediatez. É perante uma irmã vertiginosamente atraída para a destruição que Brandon sente a vergonha de simplesmente estar e não ser capaz de ser.
“Vergonha” proporciona-nos uma viagem ao interior de nós mesmos, à culpa que se sente no prazer, ao sentimento de finitude pelo prazer que rapidamente acontece e desaparece. Talvez Brandon procure a eternidade da vida num momento de prazer, que insiste em repetir noite após noite, dia após dia. Uma eternidade instantânea, à distância de uma troca entre corpos onde o amor se incompatibiliza com o sexo e vice-versa. Brandon procura sexo. E devido a essa busca desenfreada, o amor acaba por lhe fugir por entre os dedos. E aí Brandon também sente vergonha.
O filme estreou no Festival de Veneza e Michael Fassbender foi galardoado com o troféu de melhor actor. Em Portugal, “Vergonha” abriu o Fantasporto a 24 de Fevereiro de 2012.
No dia 7 de Março teve lugar mais um Ignite na Lx Factory, com a presença de uma mão cheia de oradores com ideias para partilhar. Tratou-se da 18ª edição deste evento em que o desafio é partilhar uma ideia durante 5 minutos, tendo como suporte 20 slides que passam de 15 em 15 segundos. Estive presente nos Ignite #3 e #6. Lembro-me que na primeira vez estava muito nervosa e o discurso não me pareceu muito fluído. Mas no final disseram-me: Joana, falaste com paixão.
Na segunda vez, lembro-me de ter as pernas a tremer e a voz também… mas lá subi ao palco e falei (mais uma vez) sobre a paixão da minha vida: a Filosofia.
Após duas experiências de partilha colaborativa com o Mário Pires, a apresentar uma comunicação sobre Os Prazeres da Vida, surgiu a ideia de levarmos essa comunicação ao Ignite. UAU, vamos! E lá reduzimos uma apresentação que tem cerca de 1h30m para… 5 minutos, partilhados a dois. O desafio foi muito engraçado e admitimos que nos divertimos muito durante o processo. Sim, porque para os ideístas como nós, o importante não são os resultados, mas sim os processos. Na viagem, não importa o destino, porque o destino é a própria viagem.
E eu confesso: tinha saudades do Ignite. Do ambiente, das pessoas, de ver ideias a saltitar por todo quanto é lado. Aquilo é muito «a minha praia» pois é um espaço de comunicação plena, onde não importa o que tu fazes profissionalmente, mas sim aquilo que tens para dizer. De forma concisa e clara. É um espaço onde podes ser quem tu és, ninguém te leva a mal.
E na quarta feira houve um pouco de tudo: mensagens de empreendedorismo, de vontade em que o português se torne alemão, a história de um envelope vermelho que roubava sorrisos a quem o recebia e até partilhas de insucesso. Provando que a nossa vida é um filme indiano, houve quem partilhasse os insucessos da vida, com humor e criatividade. E isso é de louvar. António Reymao, estamos contigo para superar esta fase. E conta connosco para superar as dificuldades.
Houve outras ideias que gostaria de destacar: o Herlander Mauro Carvalho e a sua ideia de que o passe se deveria pagar «à paragem», para não desperdiçarmos dinheiro e investir (quem sabe) na saúde. Brilhante! E mais ainda porque o Herlander se fez acompanhar da mãe (lindo!).
Não me recordo do orador em questão, mas sei que alguém lançou uma pergunta fundamental nos dias de hoje: em vez de olharmos só para os 14% de desempregados, porque não olhar para os 86% de empregados e perguntar: estão felizes? Estão motivados? As suas ideias são ouvidas na empresa? Será que esses 86% têm capacidade para produzir e assim «andar com o país para a frente»? Seremos todos trabalhadores TGIF? E de repente lembrei-me daquilo que estudei na minha tese de mestrado.
Resumindo: o Ignite foi, mais uma vez, espaço de partilha de boas ideias, cheias de humor e de gente com o coração a bater lá dentro.
2009 foi um ano marcante. entre outras coisas foi o ano em que entrei numa sala mágica, a sala da Ana Dominguez, educadora no Colégio de Alfragide. e desde então tem sido um crescendo de projectos, de ideias, de partilhas (de jantares e bons momentos!).
há dias a Ana enviou-me esta fotografia, tirada por um dos meninos da #sala5.
a Associação Educativa para o Desenvolvimento da Criatividade organizou no passado dia 03 de Março um encontro subordinado ao tema criatividade e paixão na educação. temos que destacar a inspiradora conferência do professor António Câmara(Professor Catedrático da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Doutorado em Engenharia de Sistemas Ambientais em Virginia Tech. Fundador e Presidente do Conselho de Administração da YDreams. Autor dos livros “Environmental Systems”, “Futuro Inventa-se” e “Voando com os pés na terra”). uma partilha deliciosa e que nos fez traçar caminhos e mapas nos quais a imaginação não tem limites.
«os meus alunos são os melhores do mundo» - dizia António Câmara. os «meus» pequenos filósofos também!
Filosofar é coisa de crianças? É. E de adultos também. Por isso, o projecto filocriatiVIDAde e a livraria Cabeçudos sugerem uma manhã diferente, em que pais e filhos são convidados a dar uso ao pensamento, a partir dos mais diferentes recursos. Uma história, uma fotografia, uma frase, um ideia: qualquer uma destas coisas pode ser o mote para filosofar e «treinar os músculos do pensamento».
No dia 10 de Março, Joana Sousa volta à Livraria Cabeçudos para conversar sobre a amizade.