«Desenvolvido por técnicos portugueses da Universidade da Criança em conjunto com o Instituto da Inteligência, o projecto foi entregue à DRE/Algarve em Fevereiro, mas a resposta só chegou em meados de Agosto.
"Perdemos algumas matrículas devido ao facto da decisão ter chegado tão tardiamente, mas estamos a trabalhar a todo o vapor para que a escola abra a 15 de Setembro", disse o mentor do projecto. Segundo Ricardo Monteiro, não vai ser possível arrancar com duas turmas, como estava inicialmente previsto, pois muitos pais optaram por matricular os filhos noutras escolas devido à situação de "instabilidade".
O presidente do Conselho Pedagógico da Universidade da Criança chegou a ponderar transferir o projecto para Espanha, mas a tão aguardada "luz verde" da tutela chegou ainda a tempo do ano lectivo 2008/2009.
A escola-piloto, que ficará instalada no complexo da Universidade da Criança, em Portimão, rege-se por um sistema educativo diferente do convencional, em que o tradicional professor é substituído por uma equipa de onze profissionais.
As matérias a leccionar vão desde as habituais, como Matemática ou Português, a disciplinas como "
Filosofia para Crianças" ou o ensino de duas línguas estrangeiras, neste caso Inglês e Alemão. Isto porque, segundo o modelo educativo que inspira a Universidade da Criança, a existência de um só professor pode tornar-se "redutora", especialmente para crianças com uma inteligência acima da média.
De acordo com Ricardo Monteiro, estima-se que existam em Portugal entre 35 mil a 50 mil crianças e jovens sobredotados, embora poucos sejam detectados, por não haver no sistema escolar meios de os identificar.
É exactamente essa uma das missões da Universidade da Criança, criada em Portimão em 2004 e que em parceria com o Instituto da Inteligência faz uma avaliação rigorosa do potencial das crianças, aconselhando igualmente os pais. "Acreditamos que o ensino superior começa na infância", afirma Ricardo Monteiro, lamentando que cada vez se produzam "menos génios" e defendendo ser necessário que os pais estejam "atentos aos sinais".
Uma criança com um Quociente de Inteligência (QI) de 140 - sendo que são considerados sobredotados aqueles com QI superior a 130 - aproveita apenas 50 por cento de uma aula comum, enquanto uma com QI de 170 não aproveita praticamente nada, segundo os especialistas.»
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Sic Online (sublinhado nosso)